Toda decisão que for
delegada ao populacho e não a elite, terá menor chance de obter sucesso. Esta é
uma verdade tão irrefutável quanto politicamente incorreta. O tamanho do
insucesso de uma nação, está atrelada diretamente proporcional as escolhas
feitas preterindo esta e preferindo aquela. Sempre haverá aquele que invocara
em defesa do fracasso, a sabedoria popular. Sim, esta não deve ser excluída,
mas deve ter a devida proporção de suas proposições na medida da complexidade
do assunto tratado. Que valor terá a opinião de um pescador na elaboração de
uma formula a ser utilizada em um cálculo sobre astronomia? E qual seria o
valor opinativo de um físico nuclear quando o assunto é a escolha de um
pesqueiro, comparada a de um pescador de 70 anos de idade, 60 dos quais
praticando a pesca no local? Certamente semelhante ou um pouco maior do que a
do pescador interferindo na formula a ser utilizada em um cálculo sobre
astronomia. Cito este exemplo para defender as intervenções governamentais
referente as escolhas de dirigentes de estatais, fundos e entidades das quais
detém maioria ou até mesmo hegemonia. Quem paga bota a banca. Para angariar
simpatias, os governos se demonstravam complacentes e permitiam a
“democratização” nas escolhas de pessoas que iriam administrar valores
vultosos. Estes, nem sempre detinham tanta capacidade técnica quanto política
para ocupar o cargo. Mas ocupava. Ocupava e causava um grande prejuízo,
inclusive para aqueles que o aplaudiam por dizer exatamente tudo aquilo que ele
gostaria de ouvir, embora fizesse exatamente o oposto do falado. Mas que não se
caia no entusiasmo exacerbado e torne-se tudo com visão exclusivamente
tecnocrático. Um pouco de humanidade e demagogia pode ajudar nas negociações.
Mas que se priorize aquela, e não essa.
Afonso
Pires Faria, 28.12.2019.