quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

PLANTIO E COLHEITA.


Fala-se muito na obrigação que os filhos devem ter para com os pais. O reconhecimento que estes devem ter perante os filhos pelo fato de ter-lhes dado a vida e ensinamentos para trilharem os caminhos da existência. Exalta-se também a sabedoria dos idosos, que muitos, de fato, as tem. Estes sentimentos ficam mais aflorados nestas épocas de festas natalinas e de final de ano. Critica-se os filhos que excluem os pais dos festejos. Penso que devemos dar as devidas proporções a cada fato em si. Um pai que se esmerou em cuidar dos filhos, sacrificou-se para dar a eles educação e meios para crescerem e depois são abandonados, de fato são injustiçados. Existem filhos que utilizam seus progenitores para subir na vida e quando já estão independentes, ignoram tudo o que por eles foi feito. As pessoas com mais idade, perdem paulatinamente alguns sentidos e necessitam do mesmo amparo de deram aos filhos quando nasceram e cresceram. É uma curva elíptica; vai do res do chão aos píncaros e volta a sua origem. É inevitável isso, exceto se ocorrer uma interrupção abrupta na sua existência. Demos, portanto, aos nossos filhos todos os meios que necessitem para subirem na vida, para que quando chegarmos na decadência, estes, nos ampare com a mesma qualidade que lhes ajudamos a subir. Temos que ter presente que colheremos o que plantamos. Ocorre que a semente nos é fornecida e devemos postá-la em terra fértil para que possamos obter bons frutos. Se esta for posta em um terreno com poucas possibilidades de fertilizar, mesmo assim temos meios de possibilitar o seu viço, incrementando a terra com adubos que possibilitem o seu progresso. Mas nem sempre este meio é utilizado de forma conveniente ou sequer aproveitada, e a chance de salvação é jogada fora. Quantos são os pais que educam mal seus filhos por falta de condições pecuniárias ou mesmo por falta de caráter, e mesmo assim tem a chance de se redimir? E quantos são os que recebem esta segunda chance e aproveitam? Sei que são exceções, mas existem pessoas que preferem cultivar o orgulho a aceitar a ajuda. É triste, mas são frequentes estas causas e só às vemos de fato, quando estão próximas a nós.
Afonso Pires Faria, 26.12.2019.

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