Serei bem explícito para não ser chamado
de covarde. Não podemos dizer que vivemos em um país democrático, quando um só
elemento de um dos três poderes se arvora ao direito de ditar o que se pode ou
não fazer, independentemente de estar tipificado ou não como crime, ou que
exista qualquer norma, sequer de conduta que desautorize o cidadão de fazê-lo.
O pior é que, tal como um drogado, que cada dia quer experimentar uma droga
mais potente e aumenta a frequência de seu consumo, este elemento assim age, não
só consigo, mas com toda a população brasileira. Não é ele que está sendo
prejudicado e sim o dano é causado a outrem. Me refiro ao sujeito que de
advogado de uma das mais perigosas facções criminosas do país, foi guindado a
Ministro da Suprema Corte. Caiu-lhe no colo tal cargo, por ter prestado favores
digamos, nem um pouco republicanos, para acobertar segredos de alcova de um
Presidente da República. Este Alexandre, manda fazer diligências em residências
de cidadãos de bem, pelo simples motivo de suspeitar que este esteja
estimulando alguém a cometer algum ato fora das normas constitucionais. Não
precisa tanto. Basta que cite um dos artigos constitucionais, do qual ele não
gosta, que já é motivo para prisão por tempo indeterminado. Sim, agora no nosso
país, é terminantemente proibido falar, ou quiçá de pensar algo que este
estrupício não aprove. O pior é que ele não só pensa, escreve e faz cumprir
atos totalmente ao arrepio da nossa lei maior. Nada lhe está acontecendo. Nada.
Até quando durará esta nossa ditadura e até quando este sujeito avançará? Qual
é o limite? Se age assim e nada lhe acontece, tenho certeza de que quando lhe
acontecer, haverá choro e ranger de dentes. Não tenho pena do corpo deste
marginal e sim de sua alma. Tenho pena do corpo sim, de quem reencarnar esta
alma.
Afonso Pires Faria, XXV. VIII. MMXXII.