quinta-feira, 25 de agosto de 2022

NÃO SAIRÁ IMPUNE.

 

Serei bem explícito para não ser chamado de covarde. Não podemos dizer que vivemos em um país democrático, quando um só elemento de um dos três poderes se arvora ao direito de ditar o que se pode ou não fazer, independentemente de estar tipificado ou não como crime, ou que exista qualquer norma, sequer de conduta que desautorize o cidadão de fazê-lo. O pior é que, tal como um drogado, que cada dia quer experimentar uma droga mais potente e aumenta a frequência de seu consumo, este elemento assim age, não só consigo, mas com toda a população brasileira. Não é ele que está sendo prejudicado e sim o dano é causado a outrem. Me refiro ao sujeito que de advogado de uma das mais perigosas facções criminosas do país, foi guindado a Ministro da Suprema Corte. Caiu-lhe no colo tal cargo, por ter prestado favores digamos, nem um pouco republicanos, para acobertar segredos de alcova de um Presidente da República. Este Alexandre, manda fazer diligências em residências de cidadãos de bem, pelo simples motivo de suspeitar que este esteja estimulando alguém a cometer algum ato fora das normas constitucionais. Não precisa tanto. Basta que cite um dos artigos constitucionais, do qual ele não gosta, que já é motivo para prisão por tempo indeterminado. Sim, agora no nosso país, é terminantemente proibido falar, ou quiçá de pensar algo que este estrupício não aprove. O pior é que ele não só pensa, escreve e faz cumprir atos totalmente ao arrepio da nossa lei maior. Nada lhe está acontecendo. Nada. Até quando durará esta nossa ditadura e até quando este sujeito avançará? Qual é o limite? Se age assim e nada lhe acontece, tenho certeza de que quando lhe acontecer, haverá choro e ranger de dentes. Não tenho pena do corpo deste marginal e sim de sua alma. Tenho pena do corpo sim, de quem reencarnar esta alma.

Afonso Pires Faria, XXV. VIII. MMXXII.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

DESPREZO AS LEIS E AS PESSOAS.

 

Quem de fato está afrontando as leis vigentes no nosso país? Como podemos aceitar que agentes do Estado que se negam a aceitar convite para prestar depoimento na casa legislativa, arvore-se a sair do país para lá, vilipendiar a nossa carta magna? Pois estamos vivendo tempos sombrios, onde o membro de um dos poderes recusa-se a prestar esclarecimentos de seus atos, sabidamente inconstitucionais, para uma das casas legislativa e nada lhe acontece. Sim, nada de fato deveria acontecer por não haver obrigação legal para que ele compareça. O problema é que um membro deste mesmo poder, sai das fronteiras para mentir sobre o nosso ordenamento jurídico, pisoteando na nossa lei maior. A coisa está tão esdrúxula que o poder que se julga único, pode impunemente agir contra a lei, e manda prender aquele que se opõe a tal ato. Pensar a favor da CF agora é crime e desrespeitá-la, passa a ser um ato democrático. Claro que isso depende de quais dos três poderes o elemento pertence. Se de um, pode tudo, se de outro nada pode. As palavras ditas pelo detentor do poder judiciário representam o oposto do que de fato são. Quando falam “estado democrático de direito”, querem dizer “desrespeito a CF”. Guerra é paz, liberdade é escravidão e ignorância é força. Está escrito sim nas leis promulgadas pelo ministério da verdade.

 

Pontos fora da curva. Branco, preto e no meio o marrom, o cinza. Nasce e morre, no meio cresce e reproduz.  E é neste interstício entre o nascer e o morrer que se passa toda a nossa existência. Nesta zona acinzentada que, se somado todo o período, não temos todo o reconhecimento que nos é prestado quando chegamos ao fim. Veja o que ocorreu com um famoso narrador esportivo. Foi muito celebrado e disputado pelas emissoras de rádio. Aposentou-se em 2006 e depois disso pouco foi lembrado. Bastou morrer para prestarem a ele grandes homenagens, reconhecimento e loas. Mais de quinze anos no esquecimento quase que total. Custaria diluir todas estas homenagens em doses homeopáticas? Que pelo menos uma vez por ano, lhe fosse dedicado um pequeno reconhecimento. Mas não. Guardou-se tudo para um só dia, e justamente neste dia ele nada pode ver nem sentir. Morei na mesma quadra que ele por mais de 10 anos. Nunca o vi infelizmente.

Afonso Pires Faria, XVII. VIII. MMXXII.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

TOLERÂNCIA E PACIÊNCIA.

 

Pé ante pé, na calada da noite, ele saiu de casa, atravessou a rua, abriu o portão da casa em frente a sua e pisou na grama de seu vizinho. Nada lhe aconteceu. Na outra noite repetiu o ato. Mas não só pisou na grama como arrancou uma flor do jardim. Desta vez, sentiu que estava sendo observado, mas não ligou para o fato pois sequer foi admoestado pelo observador. Seguiu avançando em suas atitudes, cada vez mais agressivas. Outra vez que repetiu o feito, o dono do terreno lhe chamou a atenção, mas foi ignorado. Sentindo-se seguro em suas peripécias, incrementou as suas crueldades. Já não escolhia a noite para fazer o vandalismo e sequer espreitava-se para cometê-los, avançava sem receio e a passos firmes sob o olhar complacente e de aprovação por parte dos outros vizinhos. Mas chegou o dia em que o esbulhado perdeu a paciência e agiu. Armado e em companhia de seu cão, reagiu e saiu em perseguição ao invasor que saiu em disparada para se esconder covardemente em baixo da cama. A Visão exígua que ele tinha, lhe permitiam ver o antes passivo vizinho, ladeado pelo animal feroz, com um rifle cruzado frente ao peito e o olhar nada amistoso, esperando que ele se apresentasse. Os que aplaudiam e incentivavam as suas peripécias, nada fizeram para o ajudar. A paciência tem limites e audácia, nem sempre é sinal de coragem. O primeiro era leitor de livros de autoajuda o outro, de Sun Tzu e Maquiavel.

 

Se o estupro é inevitável, relaxa e goza. Depois, processa o estuprador. E guarda para ti o momento do gozo e não do estupro.

 

Se não soubermos viver equilibradamente, entre o caos e a ordem, morreremos de tédio.

 

Afonso Pires Faria, X. VIII. MMXXII.