terça-feira, 29 de novembro de 2016

FIDEL.



               Algumas vezes me manifestei de forma veemente sobre assuntos polêmicos no calor dos fatos e me arrependi. Desta vez, terei um pouco mais de parcimônia ao falar do assunto mundial mais em evidencia: a morde de Fidel. Como não poderia deixar de ser não existe meio termo quando se referem ao governante de Cuba, ou é amado ou odiado ao extremo. Alguns conseguem tratar do assunto sem muitas paixões, somente demonstrando o seu viés ideológico favorável ou contrário a causa. Dos defensores mais sensatos li “A Ilha” de Ferando Morais em que ele mostra, sem paixões, as vantagens do modelo adotado por Fidel para manter o povo minimamente atendido. Algumas tergiversações aparentes outras um pouco escondidas aparecem na obra do escritor, mas nada que salte aos olhos como diametralmente oposto ao da realidade. Um dos exemplos é o fato de afirmar que poucas pessoas passam fome na Ilha, o que não deixa de ser verdade, mas que se formos considerar o mais pobre dos estados do nosso país, também é uma realidade, as novas tecnologias estão a produzir alimentos suficientes para alimentar toda a população mundial, e se não chega até o seu destino é uma questão de logística ou de má administração. Do lado dos que criticavam a administração cubana, o que mais se aproxima da isenção são os textos do professor Percival Puggina, mas já com um tom um pouco mais apaixonado e menos isento. Não vai aqui uma crítica ao autor, mas é difícil se ser comedido quando é para falar-se de um governante que, assim como outros ditadores, cometeram crimes para se manter no poder. Sou sabidamente um crítico das esquerdas e as vezes me esforço para pender à isenção, mas é difícil. Creio que cada pessoa tem o direito inalienável de gostar de um ou de outro tipo de governo. Mesmo eu sendo contra ditaduras, ouço e respeito, aqueles que se declaram a favor, por exemplo, da ditadura do proletariado. O que me irrita é quando estes se travestem de democratas. Para que eu possa eliminar todas as minhas dúvidas sobre o benefício ou não de um regime como o adotado pelos irmãos Castro na ilha caribenha, eu gostaria que todos os países tornassem permeáveis as suas fronteiras para emigração. Liberdade para que o cidadão, não contente com o que ocorre no seu país, seja livre para sair dele sem nenhuma punição a si e a seus familiares. Creio que isto já exista e me dá argumentos suficientes para criticar o único regime que impede este ato. Contra fatos não há argumentos. Pode-se defender alguma ou outra qualidade do modo de vida dos cubanos, mas não se pode dizer que se vive lá de livre e espontânea vontade. Somente um tirano submete seu povo a tal atrocidade. Depois da vida o maior bem de um cidadão é a liberdade e somente um ditador suprime de seus governados definitivamente um deles, quando não os dois. Louvar a morte de um ser humano eu não acho um ato muito nobre, mas penso que, em respeito aos que sofreram por atos seus, não deveriam também serem respeitados e não serem submetidos a presenciar homenagens tão explícitas ao seu carrasco.
DEIXAI TODA A ESPERANÇA, Ó VÓS QUE ENTRAIS (O inferno de Dante)

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

PRIMEIRAMENTE FORA......



                Se em vez de extinguir estatais e diminuir despesas, os governos estivessem criando mais órgãos e cabides de empregos, estariam sendo mais aplaudido do que vaiados pelas atuais gerações, mas, certamente seriam reconhecidos como crápulas pelos que dependessem do Estado no futuro.

               Como mente, como falseia e tergiversa este cidadão que atende pela alcunha de um molusco. Seu passatempo predileto é subir em um palanque e discursar para uma claque escolhida a dedo entre os mais ignorantes e domesticados. Prega a união, mas sempre divide o país em nós e eles. Diz-se defensor dos pobres e oprimidos e seu partido, enquanto no poder, só fez crescer a pobreza enquanto ele e sua família multiplicaram dezenas de vezes o seu patrimônio, assim como os banqueiros, anteriormente odiados. Com fala mansa para enganar trouxas, fala que quer ser tratado igual a qualquer cidadão, mas não titubeia em tomar para si o que sabidamente não lhe pertence, com a agravante de um dos bens ser um objeto que ele mesmo mancomunado com seu sucessor, proíbe o cidadão comum de portar. Estou falando de uma arma, e não uma arma qualquer, um fuzil, e não um fuzil qualquer é um AK-47, que guarda uma simbologia toda especial. Se não entenderam ainda o simbolismo da arma, dou como pista que ela foi fabricada na Coreia do Norte.  

               Quando Janaina Paschoal falava o obvio dizendo dos mal feitos da Dilma, os petistas reclamavam de sua postura. Agora, que ela também está enganada ao dizer que Temer é tão corrupto quanto Dilma? Os que a criticavam, certamente a aplaudirão. Mas a jurista está enganada sim, não pelo crime em si mas pela persistência dele. A corrupção praticada por Dilma, não chega aos pés do que já foi praticado pelo nosso presidente.

               Especula-se que Marcelo Calero teria gravado as conversas que teve com Temer, Padilha e Geddel. A confirmar-se o fato, o presidente tem uma malta a defende-lo. Trata-se de todos os petistas e da ex presidente Dilma que assegurava que gravar presidente da república é crime.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

DIFICULDADE DE DIÁLOGO.



               Tenho uma grande dificuldade e até constrangimento em dialogar com quem, vendo a situação em que se encontra o nosso país, ainda defende o governo que assim o deixou. Tivesse o nosso país sido vítima de uma catástrofe ambiental, mal administrada ou um evento internacional que tivesse prejudicado somente o nosso país, poderia se admitir que houvesse algum argumento em defesa dos governantes. Mas não. A causa de nossa miséria é única e exclusivamente de irresponsabilidade administrativa somada a roubo. Fatos estes mais do que provados. O que me deixa pouco a vontade para argumentar com esta gente, é que eles alegam em sua defesa, que já existia roubo anteriormente. Mesmo que isto se justificasse, fica a indagação de porque somente agora é que o prejuízo se evidenciou. Mais rasteiro que este argumento, só o de um colega que eu tinha que, já quase formado em Ciência Política, tinha como argumento contra a minha oposição ao Lula, de que eu não gostava dele porque ele era pobre. É de cortar os pulsos. De vergonha. 

               Porque será que aqueles que pedem desesperadamente punição para o Serra e para o Aécio, sequer aceitam que o Lula seja investigado? Também é de se estranhar que aqueles que vociferavam “fora Cunha”, sequer murmuram algo contra o Renan Calheiros. Onde está a coerência desta gente? Onde está a lógica ou a vergonha na cara. Perderam totalmente a noção do ridículo. Eu quero que se investigue todo o político suspeito e que, descoberto algum ilícito, seja punido com mais severidade do que um cidadão comum, justamente por ele ser um representante do povo. Beira a demência lutar contra a corrupção, mas quando simplesmente se investiga um dos seus, fica a defendê-lo com palavras de ordem de que é meu amigo, mexeu com “ele” mexeu comigo.
  
·       *  As cores escolhidas para o texto justificam-se por eu não saber se fico vermelho de vergonha ou roxo de raiva.