sábado, 19 de novembro de 2016

VENDEDORES DE ILUSÃO, tem quem compre.

               Já não sou mais criança, já servi a pátria, já estudei, casei, tenho filhos, trabalhei e me aposentei. E desde que aprendi a gostar de política, vejo falar das inconsistências salariais, das diferenças entre um e outro poder. Mas já nos primórdios dos meus estudos sobre este assunto eu li uma notícia de uma lei que iria colocar por fim, um teto nos salários. Ninguém, mas ninguém mesmo poderia ganhar mais do que o presidente do supremo tribunal federal, era na época o maior salário oficial vigente no país. Pronto, solucionado o problema pensei eu. Ledo engano. Já se passaram um bom par de dezenas de anos e não passa ano que um deputado ou senador não elabore e ponha em votação e aprove outra lei que, desta vez sim, irá limitar os salários. Este é um dos vários e diversos exemplos de leis que são feitas para enganar bobo. Todos sabem que ela não vai vingar, mas, são feitas várias e diversas reuniões com os senhores parlamentares para fazer os ajustes, convoca-se comissões, representantes do povo e entidades representativas do setor agrícola, industrial e por aí vai. Finalmente a montanha pari o ratinho, que não vai servir para nada alem de base para o estudo de outra lei, que versará sobre o mesmo assunto, com termos mais pomposos e intenções mais altruístas. Na região serrana do Rio Grande, Caxias, Farroupilha, Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento, existe um projeto de reutilização da via férrea para se implantar o trem regional. Já fui a uma audiência pública, que é o que eles fazem para legitimar o processo e foi apresentado uma verdadeira obra de arte, com filme, desenhos e estudos com verbas já aprovadas pelos ministérios do turismo e fazenda, restando somente a decisão de que tipo de locomotiva iria ser utilizado, ou coisa assim sem a menor significância. O importante é que estava tudo já certo. Foi preciso só eu fazer um questionamento de o porquê de tudo aquilo, se sabidamente era um conto de fadas, para eu ser ridicularizado pelos demais presentes. A uns três anos atrás, já pouco se falava no tal de trem. Hoje, já nada mais de diz referente ao dito cujo. E quantos mais outros projetos são elaborados com custos consideráveis para a população, que sabidamente não frutificarão? Funcionários públicos envolvidos nestas causas? Muitos. Verbas alocadas para se elaborar um projeto para ser submetido aos órgãos competentes? Muitas. Tudo isto com o nosso rico dinheirinho. São obras que não veremos e que produziram gastos pelos quais nós não podemos cobrar resultados, pois sequer tomamos conhecimento das suas despesas já que ficou somente no papel a sua elaboração. Ah, e muitos votos auferidos para os perdulários administradores. 

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