quinta-feira, 25 de maio de 2023

UTOPIA DISTÓPICA.

 

A nossa CF garante ao cidadão o direito a propriedade. A mesma, porém, deve cumprir uma função social. O que é função social? Como, quando, quem é que estipula os critérios? Um governo absolutista responderia: Como nós quisermos, quando nos convier e quem nós escolhermos para fazer. Este conjunto de regras criado em 1988 engessa o bom governante e libera aquele que dela saiba fazer mau uso. Este arremedo de constituição faz do estado o verdadeiro proprietário de tudo que temos. Somos apenas usufrutuários que pagamos para utilizar o que é nosso por direito.

 

Para os brasileiros que gostam de humilhar os argentinos, o nosso atual presidente lhes deu um ótimo alento. Chamou o presidente de lá para vir ao nosso país e ofereceu-lhe esmola. Mas isso não será para agora disse o sapo barbudo. Terá o pobre desgraçado que esperar. Pior ainda: teve que sorrir em agradecimento. Que seja logo, deve ter pensado ele, pois se demorar, quem terá que emprestar para eles seremos nós, já que o nosso presidente tem como meta não se transformar em Argentina nem Venezuela. Quer pular etapas e tem como modelo a ilha caribenha.

 

É o enlouquecimento de uma sociedade. A superlativação do ridículo. Cada dia que passa estamos sendo submetidos a uma lavagem cerebral que se não for estagnada nos conduzirá a um mundo totalmente fora da realidade. Fazer valer o suposto e não o real é uma inversão de valores que somente pode ser permitido no mundo dos loucos. Refiro-me ao caso de se considerar como crime chamar um homem que se reconhece como mulher, pelo substantivo masculino. Sim, está cometendo crime. Antigamente se tu chamasses um amigo de “mulherzinha”, quando ele tinha alguma atitude digna de uma mulher e não de homem, isto era tido como uma simples chacota e quando muito poderia levar o insultador e o insultado as vias de fato. Agora é considerado crime de tu chamar um homem de homem se este se considerar uma mulherzinha. Já é isso uma “distopia utópica”.

Afonso Pires Faria, 25.05.2023.

quinta-feira, 18 de maio de 2023

CATÁSTROFES A VISTA.

 

O que faz de um programa de governo se tornar um fracasso ou sucesso perante o público? Temos algumas variáveis. Depende do público e da forma do governo implementar o programa. Danem-se os resultados se a pesquisa apontar que foi bem sucedida. O Pronasci, que era um programa que visava a segurança da população aplicou aproximadamente 1,5 bilhões na empreitada. As verbas foram direcionadas para comunidades, programas de alfabetização, cultura e outras filigranas. O programa do governo que veio a seguir investiu em combate a criminalidade e melhores condições de atuação das polícias. Este foi considerado um fracasso e o outro um sucesso, segundo pesquisas. Os resultados é que o que fracassou reduziu de 60 para 40 mil as mortes violentas anualmente. Tudo o que beneficia o malfeitor é aplaudido em países com baixa cultura e grau de escolaridade. No Brasil, se um delinquente reagir a prisão e entrar em luta corporal com o policial, pode na audiência de custódia alegar que foi agredido e tem grandes possibilidades de ser posto em liberdade por isso. Em países civilizados se o bandido se entregar, é uma atenuante e terá sua pena abrandada. Aqui é o contrário, se ele o fizer, não poderá ser liberado por uma possível agressão da autoridade. No nosso país, a possibilidade de um crime ser descoberto é de aproximadamente 8% e a punição do infrator é de um percentual ainda mais risível. E saibam vocês gaúchos, que o crime organizado na cidade maravilhosa teve seu incentivo por um conterrâneo nosso, que quando governador do estado, proibiu a polícia de entrar nos morros. Daí para frente a tolerância para com o crime organizado só veio a crescer. Um sujeito que cometeu vários delitos, na fuga da polícia, foi capturado. Foi logo solto pelo juiz de audiência de custodia alegando auto defesa. Sim, ele ignorou todos os crimes do meliante e levou em consideração a indisciplina por negar a se entregar, como se este fosse uma atenuante e não uma agravante. A possibilidade de um crime ser punido em um país é diretamente proporcional a cultura de seu povo.

 

A oposição está muito esperançosa com a instalação da CPMI do dia 08/01. O governo mal começou a agir e já tem contra si um obstáculo dificílimo de ser superado. Os fatos ocorridos neste fatídico dia levam a crer que o governo no mínimo foi negligente com os invasores dos prédios dos três poderes. As provas colhidas levam a crer que não foi somente negligência, houve conivência ou até mesmo participação ativa. Comissão instalada, não faltarão provas para comprovar estes fatos. Tudo provado, demonstrado, fotografado e filmado, serão tomadas as devidas providências para..... NADA. Quem articulou o “mensalão” e o “petrolão”, foi o mesmo que deu a brilhante ideia. Ele foi solto e continua nas trevas agindo. Alguém acha, de sã consciência que a invasão dos prédios foi um ato mais grave do que os crimes anteriores? Invasões já forem feitas outrora e ninguém foi preso. Desta vez, se deram ao desplante de prender não os que atuaram de fato, mas um grupo outro qualquer. Tudo feito ao arrepio da lei. Eles possuem a narrativa e para um povo ignorante, isto é que vale. Vejam como exemplo as promessas do atual governante para conquistar os votos.

 

O atual governo, quando começar a ruir, irá colocar a culpa no legislativo que não aprovou os seus projetos. Deveria saber, no entanto que a forma de eleição do executivo foi uma e do legislativo outra. Esta tem que se ganhar, aquela pode-se tomar.

 

Punir com o dobro da pena uma infração que cuja pena não será cumprida é um estímulo quadruplicado a criminalidade.

Afonso Pires Faria, 18.05.2023.