sexta-feira, 30 de junho de 2023

A HUMANIDADE MERECE ISSO!?

 

Não, não devemos novamente ir as ruas. Já fizemos isso e fomos punidos. Se incorrermos no mesmo erro é uma demonstração de burrice. Se agirmos da mesma forma que agimos e obtivemos derrota e não mudarmos a tática, novamente seremos derrotados. Isto é matemático. Exceto se o cenário for modificado a nosso favor com um fato novo é que poderemos nos manifestar. Mas se ao contrário, o cenário for modificado desfavorável a nós e agirmos da mesma forma, passamos ao patamar de suicídio. Os parlamentares, por nós eleitos, pedem que nos manifestemos. Já fizemos isto e colhemos maus frutos. Elegemos uma maioria legítima para nos representar no parlamento, já que no executivo a nossa vontade foi de certa forma, distorcida. Agora cabe aos que detêm o dever de impedir esta arbitrariedade vigente que o façam. Discursos inflamados pedindo a manifestação do povo de nada adiantam mais. Se de uma forma não foi possível, não é a sua repetição que obterá sucesso. Agora é a vez de, por meio do parlamento, impedirmos a sanha autoritária do poder que está representando o que há de mais nefasto no nosso país e no mundo todo. Com a palavra a nossa câmara maior, mais precisamente o seu presidente.

 

Se alguém ainda tem dificuldade de entender o que está ocorrendo no nosso estado, país, continente, ou no mundo, peço permissão para emitir a minha opinião. Não é pelo ambiente que eles estão lutando. É isto sim para destruir tudo aquilo que nós, os conservadores, procuramos manter olhando para o passado para não nos perdermos no que os outros querem nos impor. Um mundo com promessas fantasiosas e realidades horríveis. Vejam os exemplos que a literatura nos deixa e nós não sabemos tirar dela os corretos ensinamentos. A “revolução dos bichos” nos mostrou como um governo pode iludir o seu povo com promessas irrealizáveis. Parece que não foi suficiente para abrir os olhos dos leitores, que levaram a coisa na brincadeira. Já na obra, “1984” o mesmo autor mostrou que a coisa não era tão irrealizável e foi além, mostrando de forma mais real o que poderia vir a ocorrer. Não foram tomados os devidos cuidados, mesmo Kafka individualizando a coisa na sua obra “o processo”, onde o que poderia ser impossível foi demonstrado na prática, pelo menos em países sabidamente com regimes ditatoriais, e mais recentemente no nosso próprio. Como se não fosse suficiente as tragédias previstas nestas obras mais contemporâneas, o nosso representante maior do poder executivo, achou em Dom Quixote um exemplo para se espelhar e está a lutar contra o inexistente, impondo suas ideias malucas. Mais uma vez a literatura é trazida para a realidade sem que haja um freio para estes desmandos.

Afonso Pires Faria, 30.06.2023.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

CAIRÁ DE PODRE.

 

Não podemos “errar a mão” e criticar tudo o que o novo governo faz. Agindo assim estaremos incorrendo nas mesmas atitudes nefastas que tanto criticávamos nos esquerdistas quando estes estavam na oposição. Podemos sim apontar as incoerências e contradições que este governo está cometendo, mas não podemos limpar a sujeira com pano mais sujo ainda. O Bolsonaro falou que a indicação do novo ministro do STF é prerrogativa do presidente, e isso é fato. Devemos seguir a mesma atitude em tudo o que está correto, mesmo que quando estávamos na situação estas, não foram corretamente atendidas pelas entidades que se julgavam competentes para corrigir o que lhes era desfavorável. Toda a concessão, gera obrigação. Quando foi impedida a nomeação do Lula como ministro pela Dilma, a oposição comemorou e não deveria ter comemorado. Abriu-se um precedente que foi a porta de entrada para outros, cada vez mais fora dos preceitos jurídicos. Nem tudo o que o atual governo faz está errado. Ao corrigir os pagamentos supostamente indevidos do que era “bolsa família” e foi transformado em “auxilio Brasil”, está se fazendo críticas totalmente descabidas. Duas delas: Para que mudar o nome do programa e estão tirando o sustento das famílias de pouco poder aquisitivo. Se achamos errado mudar o nome do programa, não deveríamos ter feio isso. Se estão reduzindo o pagamento dos auxílios é porque possivelmente tenham detectado, alguma irregularidade. Se ficarmos fazendo críticas descabidas, cairemos no descrédito. Não devemos fazer o jogo deles para não dar margem a que façam isso, cada vez com menos escrúpulos. Eles não se envergonharão disso. Quando a casa do mentiroso pega fogo, ninguém irá acreditar e também não devemos lutar com porcos, ambos sairão sujos, e os estes não se importarão com isso.

 

Utopia, distopia, narrativa, mentira, impostura, arbítrio e distorções da realidade. Tudo isto se vive no nosso país, sem que a maioria do povo se dê conta. Estamos sendo conduzidos a um regime ditatorial, imposto por um poder do qual não se pode apelar a qualquer outra autoridade. Ele se auto regula e se move conforme os seus desejos, ou de outro ente invisível a sociedade, que sofre por suas atitudes nefastas. Para que se tornasse realidade foram necessárias muitas dissimulações e mentiras. Somente isso não foi suficiente, teve que se empregar também a força dizendo que não era repressão e sim aplicação das leis. Leis estas que não existiam e não existem. Um bom governo chega ao poder e se mantem nele naturalmente. Não necessita de subterfúgios e malabarismos retóricos para convencer o povo de que está fazendo o correto, tampouco necessitaria de artifícios para se consolidar. Quantas mentiras e despotismos foram praticados para que o atual governo esteja onde está. Um bom governo não é imposto e sim conquistado pelo apelo popular. Um bom governante não precisa de muita propaganda para ser notado. Não precisa de marketing e grandes gastos publicitários para ser popular. Não será com ameaças de cortes em assistencialismos que o poder perdurará. Ele pode ficar temporariamente, mas logo perecerá. Desnecessário se faz nominar quem são os líderes que se utilizam de tais subterfúgios para manterem-se no poder. Eles não serão perenes e logo sucumbirão. Quando isso ocorrer, haverá choro e ranger de dentes.

Afonso Pires Faria, 21.06.2023.


 [APF1]

sábado, 10 de junho de 2023

SÓ QUE O MAL DA COM UMA MÃO, E COM A OUTRA VEM TOMAR.

 

Eu ainda não fazia a barba quando ouvi no rádio a notícia de que haviam criado uma lei que limitava os salários de funcionários públicos ao dos ministros do STF. Pois bem: a lei deve seguir em vigor, mas os funcionários seguem recebendo salários, tanto brutos como líquidos, trinta vezes superiores ao teto estipulado como base. Os ministros, para não sofrerem tanto, incluem em seus salários, penduricalhos que permitem o teto seja multiplicado por quantas vezes forem necessários para atingir o valor pretendido por eles.

 

O “Leviatã” está cada vez mais sedento de poder. Avança a passos largos rumo à ditadura total. O pior de tudo é que nem para inovar eles se dão o trabalho. Utilizam as mesmas técnicas do passado que, como foram vitoriosas, poderiam ser também agora. Foram e não deveriam ser. Poderiam e não é admissível que seja. O pior é que, de fato serão. A censura, tentada pelo governo “democrático” hora vigente, assemelha-se as ações dos mais torpes ditadores do século passado quando se davam ao direito de violar as correspondências dos cidadãos. Eles não tinham ainda o poder de impedir que as pessoas escrevessem, portanto impediam que lessem. Agora, para garantir a “liberdade”, eles simplesmente querem impedir de escrever o que as pessoas pensam. Quem leu a obra de George Orwel, “1984” e ficou acreditando que aquilo não passava de uma distopia impossível de ocorrer, agora se vê diante da realidade com as mesmas censuras, só que turbinadas. E a torcida ainda aplaude e ainda pede bis!

 

O povo exige que o governo lhes dê saúde, educação, segurança, moradia, salário digno e alimentação. Não param por aí as reivindicações. Sempre que atendidas elas são acrescentadas de algo mais. Cada vez que o governo concede ao povo algum direito está, de fato, o submetendo a subserviência. Tudo o que almeja um ditador, é uma oposição que obtenha alguns êxitos. Estes são concedidos em doses homeopáticas, para que se tenha uma falsa percepção de conquista, quando na verdade são migalhas jogadas ao chão, da mesma forma que se ceva animais para o abate. Nada é mais nefasto para uma sociedade do que ser atendida em seus pleitos pelo estado. Este se sente cada vez mais no direito de comandar o comportamento de seus súditos. Não peçam nada ao governo daquilo que você possa conseguir com seu próprio esforço. Se ele lhe der, certamente lhe tomará em dobro no futuro.

Afonso Pires Faria, 10.06.2023.