Eu ainda não fazia a barba quando ouvi
no rádio a notícia de que haviam criado uma lei que limitava os salários de
funcionários públicos ao dos ministros do STF. Pois bem: a lei deve seguir em
vigor, mas os funcionários seguem recebendo salários, tanto brutos como
líquidos, trinta vezes superiores ao teto estipulado como base. Os ministros,
para não sofrerem tanto, incluem em seus salários, penduricalhos que permitem o
teto seja multiplicado por quantas vezes forem necessários para atingir o valor
pretendido por eles.
O “Leviatã” está cada vez mais sedento de poder. Avança a passos largos
rumo à ditadura total. O pior de tudo é que nem para inovar eles se dão o
trabalho. Utilizam as mesmas técnicas do passado que, como foram vitoriosas,
poderiam ser também agora. Foram e não deveriam ser. Poderiam e não é
admissível que seja. O pior é que, de fato serão. A censura, tentada pelo
governo “democrático” hora vigente, assemelha-se as ações dos mais torpes
ditadores do século passado quando se davam ao direito de violar as
correspondências dos cidadãos. Eles não tinham ainda o poder de impedir que as
pessoas escrevessem, portanto impediam que lessem. Agora, para garantir a
“liberdade”, eles simplesmente querem impedir de escrever o que as pessoas
pensam. Quem leu a obra de George Orwel, “1984” e ficou acreditando que aquilo
não passava de uma distopia impossível de ocorrer, agora se vê diante da
realidade com as mesmas censuras, só que turbinadas. E a torcida ainda aplaude
e ainda pede bis!
O povo exige que o governo lhes dê
saúde, educação, segurança, moradia, salário digno e alimentação. Não param por
aí as reivindicações. Sempre que atendidas elas são acrescentadas de algo mais.
Cada vez que o governo concede ao povo algum direito está, de fato, o
submetendo a subserviência. Tudo o que almeja um ditador, é uma oposição que
obtenha alguns êxitos. Estes são concedidos em doses homeopáticas, para que se
tenha uma falsa percepção de conquista, quando na verdade são migalhas jogadas
ao chão, da mesma forma que se ceva animais para o abate. Nada é mais nefasto
para uma sociedade do que ser atendida em seus pleitos pelo estado. Este se
sente cada vez mais no direito de comandar o comportamento de seus súditos. Não
peçam nada ao governo daquilo que você possa conseguir com seu próprio esforço.
Se ele lhe der, certamente lhe tomará em dobro no futuro.
Afonso Pires Faria, 10.06.2023.
Nenhum comentário:
Postar um comentário