sábado, 10 de junho de 2023

SÓ QUE O MAL DA COM UMA MÃO, E COM A OUTRA VEM TOMAR.

 

Eu ainda não fazia a barba quando ouvi no rádio a notícia de que haviam criado uma lei que limitava os salários de funcionários públicos ao dos ministros do STF. Pois bem: a lei deve seguir em vigor, mas os funcionários seguem recebendo salários, tanto brutos como líquidos, trinta vezes superiores ao teto estipulado como base. Os ministros, para não sofrerem tanto, incluem em seus salários, penduricalhos que permitem o teto seja multiplicado por quantas vezes forem necessários para atingir o valor pretendido por eles.

 

O “Leviatã” está cada vez mais sedento de poder. Avança a passos largos rumo à ditadura total. O pior de tudo é que nem para inovar eles se dão o trabalho. Utilizam as mesmas técnicas do passado que, como foram vitoriosas, poderiam ser também agora. Foram e não deveriam ser. Poderiam e não é admissível que seja. O pior é que, de fato serão. A censura, tentada pelo governo “democrático” hora vigente, assemelha-se as ações dos mais torpes ditadores do século passado quando se davam ao direito de violar as correspondências dos cidadãos. Eles não tinham ainda o poder de impedir que as pessoas escrevessem, portanto impediam que lessem. Agora, para garantir a “liberdade”, eles simplesmente querem impedir de escrever o que as pessoas pensam. Quem leu a obra de George Orwel, “1984” e ficou acreditando que aquilo não passava de uma distopia impossível de ocorrer, agora se vê diante da realidade com as mesmas censuras, só que turbinadas. E a torcida ainda aplaude e ainda pede bis!

 

O povo exige que o governo lhes dê saúde, educação, segurança, moradia, salário digno e alimentação. Não param por aí as reivindicações. Sempre que atendidas elas são acrescentadas de algo mais. Cada vez que o governo concede ao povo algum direito está, de fato, o submetendo a subserviência. Tudo o que almeja um ditador, é uma oposição que obtenha alguns êxitos. Estes são concedidos em doses homeopáticas, para que se tenha uma falsa percepção de conquista, quando na verdade são migalhas jogadas ao chão, da mesma forma que se ceva animais para o abate. Nada é mais nefasto para uma sociedade do que ser atendida em seus pleitos pelo estado. Este se sente cada vez mais no direito de comandar o comportamento de seus súditos. Não peçam nada ao governo daquilo que você possa conseguir com seu próprio esforço. Se ele lhe der, certamente lhe tomará em dobro no futuro.

Afonso Pires Faria, 10.06.2023.

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