Não, não devemos novamente ir as ruas. Já fizemos isso e fomos punidos.
Se incorrermos no mesmo erro é uma demonstração de burrice. Se agirmos da mesma
forma que agimos e obtivemos derrota e não mudarmos a tática, novamente seremos
derrotados. Isto é matemático. Exceto se o cenário for modificado a nosso favor
com um fato novo é que poderemos nos manifestar. Mas se ao contrário, o cenário
for modificado desfavorável a nós e agirmos da mesma forma, passamos ao patamar
de suicídio. Os parlamentares, por nós eleitos, pedem que nos manifestemos. Já
fizemos isto e colhemos maus frutos. Elegemos uma maioria legítima para nos
representar no parlamento, já que no executivo a nossa vontade foi de certa
forma, distorcida. Agora cabe aos que detêm o dever de impedir esta
arbitrariedade vigente que o façam. Discursos inflamados pedindo a manifestação
do povo de nada adiantam mais. Se de uma forma não foi possível, não é a sua
repetição que obterá sucesso. Agora é a vez de, por meio do parlamento,
impedirmos a sanha autoritária do poder que está representando o que há de mais
nefasto no nosso país e no mundo todo. Com a palavra a nossa câmara maior, mais
precisamente o seu presidente.
Se alguém
ainda tem dificuldade de entender o que está ocorrendo no nosso estado, país,
continente, ou no mundo, peço permissão para emitir a minha opinião. Não é pelo
ambiente que eles estão lutando. É isto sim para destruir tudo aquilo que nós,
os conservadores, procuramos manter olhando para o passado para não nos
perdermos no que os outros querem nos impor. Um mundo com promessas fantasiosas
e realidades horríveis. Vejam os exemplos que a literatura nos deixa e nós não
sabemos tirar dela os corretos ensinamentos. A “revolução dos bichos” nos
mostrou como um governo pode iludir o seu povo com promessas irrealizáveis.
Parece que não foi suficiente para abrir os olhos dos leitores, que levaram a
coisa na brincadeira. Já na obra, “1984” o mesmo autor mostrou que a coisa não
era tão irrealizável e foi além, mostrando de forma mais real o que poderia vir
a ocorrer. Não foram tomados os devidos cuidados, mesmo Kafka individualizando
a coisa na sua obra “o processo”, onde o que poderia ser impossível foi demonstrado
na prática, pelo menos em países sabidamente com regimes ditatoriais, e mais
recentemente no nosso próprio. Como se não fosse suficiente as tragédias
previstas nestas obras mais contemporâneas, o nosso representante maior do
poder executivo, achou em Dom Quixote um exemplo para se espelhar e está a
lutar contra o inexistente, impondo suas ideias malucas. Mais uma vez a
literatura é trazida para a realidade sem que haja um freio para estes
desmandos.
Afonso Pires Faria, 30.06.2023.
PARABÉNS
ResponderExcluirMuito bem colocado. Triste realidade.
ResponderExcluirExplanação muito bem elaborada, porém sem perspectivas para nós que acreditarmos na verdadeira democracia e verdade. Muito me entristece a que estão nós impondo
ResponderExcluirQuando nos espelhamos em um Don Quixote, usamos este como força motivadores, só não nos damos conta que é preciso muito preparo, garra, determinação e ação da fato. E então nos tornamos apenas seguidores motivados e despreparados para nos tornarmos de fato um Don Quixote e nos somarmos de fato a quem nos motivou e mostrou que é possível.
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