De tudo o que o nosso país não precisa é de uma guerra civil, de
um enfrentamento entre aqueles que hoje defendem ou combatem o atual governo.
Existe em andamento um pedido de impeachment já contestado pelos
situacionistas, mas instalado pelos preceitos legais. Uma vez proclamado o
resultado, que este seja respeitado, tanto pelos vencedores quanto pelos
vencidos no pleito. Demonstração de que não aceitarão o resultado já se
desenham nas atitudes dos militantes e, repetindo o postulado, não seria de bom
alvitre que houvesse reação quanto a decisão das instituições competentes para
tal. O afastamento de um presidente é um fato traumático para uma nação, que o
enfraquece institucionalmente perante os organismos externos e dificulta ações
de governos para o futuro, pois demonstra uma instabilidade conjuntural interna
do país. Se o ato for seguido de uma convulsão social em desrespeito as normas
legais, pior ainda. Esperamos que os lideres, tanto de situação como de
oposição aconselhe os seus liderados a aceitarem, mesmo com resignação, o
resultado que for proferido pelo senado. O processo já foi considerado legal
pelo órgão competente e agora resta a decisão política, que dará cabo ao
pleito. O governo tem suas armas para se defender de ser apeado do poder e as
usará. A oposição sabe disso e não deve utilizar como argumento, se este lograr
êxito, de que foram métodos desleais, podem ate ser, mas fazem parte da regra
do jogo e este já está sendo jogado. Cabe também ao governo saber aceitar o
resultado proferido e não incitar os movimentos sociais que os apoiam a tentar
inviabilizar o novo governo. A instabilidade social agravará ainda mais a
situação econômico-financeira do nosso país, tanto para o governo que assumirá
como se ficar o atual governo. Não estou vendo de nenhum líder este alerta para
a população e isto tem que ser feito com bastante antecedência, bem antes do
acirramento dos ânimos. Não, trata-se de prever uma derrota antecipada e sim de
uma vitória de todo o nosso país. Feito o gol, bola no centro e segue o jogo.
Pode-se até pedir outro impeachment da presidente, mas esta estará mais
fortalecida para derrotá-lo novamente caso tenha sido vencedora no primeiro
pleito. Se derrotada, que tenha a serenidade de aceitar a derrota. E que as
reivindicações sejam feitas no campo das ideias e não da força.
Afonso Pires Faria, 30.03.2016.