quarta-feira, 30 de março de 2016

O JUÍZO QUE FALTA

             De tudo o que o nosso país não precisa é de uma guerra civil, de um enfrentamento entre aqueles que hoje defendem ou combatem o atual governo. Existe em andamento um pedido de impeachment já contestado pelos situacionistas, mas instalado pelos preceitos legais. Uma vez proclamado o resultado, que este seja respeitado, tanto pelos vencedores quanto pelos vencidos no pleito. Demonstração de que não aceitarão o resultado já se desenham nas atitudes dos militantes e, repetindo o postulado, não seria de bom alvitre que houvesse reação quanto a decisão das instituições competentes para tal. O afastamento de um presidente é um fato traumático para uma nação, que o enfraquece institucionalmente perante os organismos externos e dificulta ações de governos para o futuro, pois demonstra uma instabilidade conjuntural interna do país. Se o ato for seguido de uma convulsão social em desrespeito as normas legais, pior ainda. Esperamos que os lideres, tanto de situação como de oposição aconselhe os seus liderados a aceitarem, mesmo com resignação, o resultado que for proferido pelo senado. O processo já foi considerado legal pelo órgão competente e agora resta a decisão política, que dará cabo ao pleito. O governo tem suas armas para se defender de ser apeado do poder e as usará. A oposição sabe disso e não deve utilizar como argumento, se este lograr êxito, de que foram métodos desleais, podem ate ser, mas fazem parte da regra do jogo e este já está sendo jogado. Cabe também ao governo saber aceitar o resultado proferido e não incitar os movimentos sociais que os apoiam a tentar inviabilizar o novo governo. A instabilidade social agravará ainda mais a situação econômico-financeira do nosso país, tanto para o governo que assumirá como se ficar o atual governo. Não estou vendo de nenhum líder este alerta para a população e isto tem que ser feito com bastante antecedência, bem antes do acirramento dos ânimos. Não, trata-se de prever uma derrota antecipada e sim de uma vitória de todo o nosso país. Feito o gol, bola no centro e segue o jogo. Pode-se até pedir outro impeachment da presidente, mas esta estará mais fortalecida para derrotá-lo novamente caso tenha sido vencedora no primeiro pleito. Se derrotada, que tenha a serenidade de aceitar a derrota. E que as reivindicações sejam feitas no campo das ideias e não da força.
Afonso Pires Faria, 30.03.2016.


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