O maniqueísmo politico
que ora vivemos no nosso país só faz piorar as coisas ainda mais e de forma
desnecessária. Quanto pior ficar a coisa, pior será para um futuro governo
consertar os erros cometidos por este que está terminando. Foi exatamente este
acirramento nos ânimos que fez com que o governo, para se salvar, tomasse
medidas desesperadas. Tudo indicava para um fracasso no pedido de impeachment,
tendo em vista o governo contar com sua bancada e mais os partidos da base
aliada, juntamente com outros que ganharam ministérios para uma temporária adesão.
Mas os governistas, sabe-se lá por que motivo resolveram partir para o
confronto exacerbado chamando e golpe um instituto cristalinamente justificado
pela nossa constituição. Que tivesse o mantra golpe ficado somente na
militância, até que seria perdoável uma vez que não se pode cobrar coerência de
um povo pouco instruído. Mas não, a própria presidente saiu em defesa do indefensável
e entornou o caldo. Para fechar com chave-de-ouro o desatino governamental,
chamou para ser seu ministro da casa civil o Lula, justamente na hora em que
estava sendo investigado pelo juiz Moro. Ficou a clara impressão de proteção ao
ex presidente, mesmo com a justificativa de que ele seria um ótimo articulador
político, como de fato seria não fosse a situação que ele ora enfrentava. Por
outro lado, a situação enxerga um inimigo em cada ministro do supremo que dê um
parecer favorável ao governo, para em seguida classifica-lo como destemido e
corajoso se este mesmo atuar em outra questão, de forma contrária. É da índole dos
que atualmente ocupam o governo incitar o confronto e isto lhe trouxe
irreparáveis prejuízos, assim como a oposição em vez de mostrar-se sensata
aceitou a provocação e por muitas vezes perde a razão. O governo que não cairia
cairá, e o seus herdeiros receberão um país bem menos governável do que seria
necessário, não tivesse aceitado as provocações dos atuais governantes.
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