sexta-feira, 29 de novembro de 2019

MALABARISMOS.


Supomos que um dia eu acorde com o meu espírito criativo, aventureiro inflado e resolva criar uma história que pode ser de ficção ou não. Que pode ter ou não fins lucrativos. É fácil criar todo o enredo e para ganhar dinheiro com isso, basta não ter o mínimo de escrúpulo e contar também com o beneplácito de algumas autoridades e alguns políticos de poucas luzes e sem nenhum caráter. Criaria eu uma sequência de fatos paralelos a acontecimentos reais, mas totalmente descolado da realidade. Explico: Sabedor de que o molusco estava preso, eu poderia elaborar uma lista série de comunicados dele com o meio externo. Pegaria alguns textos escrito por ele e acrescentaria algumas pérolas engraçadas e outras nem tanto. Baseado em algum bilhete dele, colocaria outros erros de português, e absurdos linguísticos para fazer troça. Mas poderia também complementar com algumas frases criminosas como aconselhando algum correligionário matar um ministro governista ou até mesmo o presidente. Fazer noção de que teria sido de sua autoria algum acontecimento trágico ocorrido durante a sua estada na prisão. Publicaria tudo isso em um jornal ou revista de grande circulação e alegaria ter recebido de um informante que não gostaria de ter o nome divulgado. Eu, como jornalista, tenho o direito de preservar a fonte. Seria algo que possivelmente não seria levado a sério, tendo em vista que a fidelidade da origem dos dados é imprestável juridicamente. Também ficaria provado que a tragédia ocorrida, foi comprovadamente acidental. Mas não duvidem dos malabarismos dos nossos excelentíssimos senhores doutos. Estão tentando fazer isso para acusar um juiz e um promotor, baseado em conversas que supostamente tenham ocorrido e que de nada tem de ilegal existe no seu conteúdo.
Afonso Pires Faria, 29.11.2019.

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