Que triste o que está acontecendo com o nosso país.
A independência dos poderes chega a ser uma falácia e as suas atribuições
totalmente desvirtuadas quando não tocadas pura e simplesmente. Uma simples
votação para escolha de pares na Câmara é contestada e submetida ao STF para
saber se deve ser secreta ou aberta. Isto mesmo depois de já ter havido
precedente e regimento interno para discipliná-la. O que foi decidido pelo
legislativo como secreto foi alterado pelo judiciário em um aparente populismo,
como se este poder tivesse alguma satisfação a dar ao povo e não as leis. O
nosso poder executivo só faz criticar o legislativo e defender-se de acusações.
Com uma popularidade abaixo de qualquer outro presidente, a atual só faz
discursos desconexos, e totalmente o oposto do que tenta realizar. Mergulhada
em uma crise econômica, não consegue aprovar medidas necessárias para
combatê-la, ora por não ter apoio suficiente nas casas legislativas, ora por
medo de perder ainda mais o apoio dos poucos que ainda a apoiam. A popularidade
da nossa presidente não vai alem dos cargos que distribui e verbas para
desocupados de movimentos sociais. Não é concebível que o legislativo, tanto a
câmara como o senado, sejam comandados por elementos investigados e acusados de
crimes e só ainda não afastados dos seus cargos por terem foro privilegiado e
por incompetência dos que os acusam. Não é fácil afastar o Presidente da
República do nosso país por preceitos constitucionais. Assim foi a vontade dos legisladores em 1988 e
os trâmites, todos, devem ser cumpridos sob pena de sermos considerados uma
republiqueta de bananas. O país não tem suporte para mais um impeachment em
pouco mais de duas décadas. O primeiro afastamento deu-se sem muito trauma
social, pois o ocupante do planalto além de não ter apoio popular, também não
tinha base parlamentar nem movimentos sociais que lhe desse suporte, no
parlamento e nas ruas respectivamente. Não pensem vocês, que torcem para que se
afaste a atual governante, que a coisa se dará com facilidade. Tanto no
parlamento como na rua haverá resistência. E forte. Saindo a Dilma, não será
fácil governar um país em frangalhos economicamente e com movimentos sociais
organizados e subsidiados com verbas polpudas, impedindo o novo governo de
atuar. O discurso fácil dos populistas é de fácil assimilação por povos
ignorantes e desesperados, e é assim que estará o Brasil pós PT. Não contem com
a boa vontade das forças que tem por obrigação garantir a ordem. Eles só
atuarão sob forte apelo popular e sob condições muito diversas das que os
obrigaram a cumprir seu dever em outra oportunidade.
Afonso Pires Faria, 18 de dezembro de
2015.
É duro e não será queijo nem sabão.
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