sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

NÃO VAI TER IMPEACHMENT

               Que triste o que está acontecendo com o nosso país. A independência dos poderes chega a ser uma falácia e as suas atribuições totalmente desvirtuadas quando não tocadas pura e simplesmente. Uma simples votação para escolha de pares na Câmara é contestada e submetida ao STF para saber se deve ser secreta ou aberta. Isto mesmo depois de já ter havido precedente e regimento interno para discipliná-la. O que foi decidido pelo legislativo como secreto foi alterado pelo judiciário em um aparente populismo, como se este poder tivesse alguma satisfação a dar ao povo e não as leis. O nosso poder executivo só faz criticar o legislativo e defender-se de acusações. Com uma popularidade abaixo de qualquer outro presidente, a atual só faz discursos desconexos, e totalmente o oposto do que tenta realizar. Mergulhada em uma crise econômica, não consegue aprovar medidas necessárias para combatê-la, ora por não ter apoio suficiente nas casas legislativas, ora por medo de perder ainda mais o apoio dos poucos que ainda a apoiam. A popularidade da nossa presidente não vai alem dos cargos que distribui e verbas para desocupados de movimentos sociais. Não é concebível que o legislativo, tanto a câmara como o senado, sejam comandados por elementos investigados e acusados de crimes e só ainda não afastados dos seus cargos por terem foro privilegiado e por incompetência dos que os acusam. Não é fácil afastar o Presidente da República do nosso país por preceitos constitucionais.  Assim foi a vontade dos legisladores em 1988 e os trâmites, todos, devem ser cumpridos sob pena de sermos considerados uma republiqueta de bananas. O país não tem suporte para mais um impeachment em pouco mais de duas décadas. O primeiro afastamento deu-se sem muito trauma social, pois o ocupante do planalto além de não ter apoio popular, também não tinha base parlamentar nem movimentos sociais que lhe desse suporte, no parlamento e nas ruas respectivamente. Não pensem vocês, que torcem para que se afaste a atual governante, que a coisa se dará com facilidade. Tanto no parlamento como na rua haverá resistência. E forte. Saindo a Dilma, não será fácil governar um país em frangalhos economicamente e com movimentos sociais organizados e subsidiados com verbas polpudas, impedindo o novo governo de atuar. O discurso fácil dos populistas é de fácil assimilação por povos ignorantes e desesperados, e é assim que estará o Brasil pós PT. Não contem com a boa vontade das forças que tem por obrigação garantir a ordem. Eles só atuarão sob forte apelo popular e sob condições muito diversas das que os obrigaram a cumprir seu dever em outra oportunidade.

Afonso Pires Faria, 18 de dezembro de 2015.

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