sábado, 26 de dezembro de 2015

HIPOCRISIA x MÁ EDUCAÇÃO.


            Perdoem-me aqueles que estavam esperando de mim um “Feliz Natal” e não receberam. Não receberão. Na mesma proporção que acham que isto é uma falta de educação de minha parte eu acho ser de hipocrisia da maioria das pessoas que fazem esta felicitação. Refiro-me aos que não são cristãos, que criticam os dogmas do cristianismo, mas que se rasgam em felicidade e em alarmantes festejos no dia 25 de dezembro, que foi convencionado o nascimento de Jesus. Não titubeiam em defender o aborto, a luta de classes, o casamento gay e tudo o que o cristianismo abomina, mas no dia de natal soltam fogos e abraçam a todos e postam no face mensagens natalinas copiadas de outros. Tudo isto para mim me soa falso. Tenho dificuldades em não ser verdadeiro, sei que isto soa como falta de sensibilidade e má educação, mas prefiro arcar com o ônus de insensível do que de artificial e falso. Notem que o natal é um dia. Um dia, que na verdade é igual aos outros afora o excesso de falsidade exacerbada no mundo todo. Qual seria o percentual de pessoas que desejam o “Feliz Natal”, por puro instinto, e sem sequer lembrar o que de fato, representa a data? Peço mais uma vez desculpas pela minha recusa em participar do que a maioria classifica como um ato de cortesia, uma cortesia como que instintiva. Perdão, mas não consigo não ser autentico. Muitas vezes tenho que travar o meu ímpeto para não ser mais verdadeiro em momentos inconvenientes, algumas vezes não consigo e sou admoestado por isto, mas minha consciência segue tranquila. Estes meu desabafo não é uma crítica aos hipócritas e nem uma defesa à minha falta de educação, mas apenas uma colocação das duas posições para que eu possa, ou me desculpar e justificar a minha atitude ou fazer, de leve, um convite a reflexão dos que agem, meio que por instinto. Não sendo um cristão fervoroso, não me sinto no direito de usar o símbolo de Cristo para fazer o que os todos fazem unicamente por tradição.

Afonso Pires Faria, 26 de dezembro de 2015. 

Um comentário:

  1. Afonsinho, não vai me dizer que se te oferecerem um chimarrão de canhoto irias ficar ofendido. Tradicionalmente faze-se os desejos por puro cacoete. Na minha profissão tenho visto muitos louvores ao todo poderoso sem no entanto abolirem o uso do antibiótico. São poucos os "Capitães" que só se lembram do poncho na hora da trovoada, salvo o Rodrigo Cambará. Soaria falso se tal desejo viesse do Gilberto Faria? Nunca vi esse cidadão fazendo oração e muito pouco em genuflexão mas acredito ser um bom cristão mas poderia ser um bom muçulmano ou um bom judeu, seja o que essas classificações sejam realmente. Uma vez fui repreendido por usar a expressão "retórica" mas, para alguns, essa é a melhor saída. Ter dificuldade em não ser verdadeiro não significa não ter facilidade em ser condescendente, principalmente se o alvo o for para nós também. E se, para alguns isso te soar difícil não faça mas aceite o mate de canhoto. Não fará diferença nenhuma.

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