Perdoem-me aqueles que estavam
esperando de mim um “Feliz Natal” e não receberam. Não receberão. Na mesma
proporção que acham que isto é uma falta de educação de minha parte eu acho ser
de hipocrisia da maioria das pessoas que fazem esta felicitação. Refiro-me aos
que não são cristãos, que criticam os dogmas do cristianismo, mas que se rasgam
em felicidade e em alarmantes festejos no dia 25 de dezembro, que foi
convencionado o nascimento de Jesus. Não titubeiam em defender o aborto, a luta
de classes, o casamento gay e tudo o que o cristianismo abomina, mas no dia de
natal soltam fogos e abraçam a todos e postam no face mensagens natalinas
copiadas de outros. Tudo isto para mim me soa falso. Tenho dificuldades em não
ser verdadeiro, sei que isto soa como falta de sensibilidade e má educação, mas
prefiro arcar com o ônus de insensível do que de artificial e falso. Notem que
o natal é um dia. Um dia, que na verdade é igual aos outros afora o excesso de
falsidade exacerbada no mundo todo. Qual seria o percentual de pessoas que
desejam o “Feliz Natal”, por puro instinto, e sem sequer lembrar o que de fato,
representa a data? Peço mais uma vez desculpas pela minha recusa em participar
do que a maioria classifica como um ato de cortesia, uma cortesia como que
instintiva. Perdão, mas não consigo não ser autentico. Muitas vezes tenho que
travar o meu ímpeto para não ser mais verdadeiro em momentos inconvenientes,
algumas vezes não consigo e sou admoestado por isto, mas minha consciência
segue tranquila. Estes meu desabafo não é uma crítica aos hipócritas e nem uma
defesa à minha falta de educação, mas apenas uma colocação das duas posições
para que eu possa, ou me desculpar e justificar a minha atitude ou fazer, de
leve, um convite a reflexão dos que agem, meio que por instinto. Não sendo um
cristão fervoroso, não me sinto no direito de usar o símbolo de Cristo para
fazer o que os todos fazem unicamente por tradição.
Afonso Pires Faria, 26
de dezembro de 2015.
Afonsinho, não vai me dizer que se te oferecerem um chimarrão de canhoto irias ficar ofendido. Tradicionalmente faze-se os desejos por puro cacoete. Na minha profissão tenho visto muitos louvores ao todo poderoso sem no entanto abolirem o uso do antibiótico. São poucos os "Capitães" que só se lembram do poncho na hora da trovoada, salvo o Rodrigo Cambará. Soaria falso se tal desejo viesse do Gilberto Faria? Nunca vi esse cidadão fazendo oração e muito pouco em genuflexão mas acredito ser um bom cristão mas poderia ser um bom muçulmano ou um bom judeu, seja o que essas classificações sejam realmente. Uma vez fui repreendido por usar a expressão "retórica" mas, para alguns, essa é a melhor saída. Ter dificuldade em não ser verdadeiro não significa não ter facilidade em ser condescendente, principalmente se o alvo o for para nós também. E se, para alguns isso te soar difícil não faça mas aceite o mate de canhoto. Não fará diferença nenhuma.
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