sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

CUNHA x DILMA

Como são belos os lugares que podemos apenas visitar e não precisamos morar definitivamente neles. Como são interessantes as pessoas que não as conhecemos muito bem e não precisamos morar com elas. E como são bem intencionados os políticos que estão na oposição.

               Não é o poder judiciário que tem que ouvir o povo. Esta atribuição é do poder legislativo que foi eleito por ele. As intervenções do poder judiciário no legislativo, alegando o clamor popular não se sustentam. Cada um que cumpra as suas atribuições e atendam os seus eleitores. Que um atenha-se a letra fria de lei e outro a voz rouca das ruas.

               Se a bola de cristal do PMDB estiver certa, a Dilma cai. Não foi a toa que ele votou a favor do reajuste da meta fiscal para o governo. Afinal, ele tem em conta que o governo será seu.

               Não morro de amores pelo presidente da câmara Eduardo Cunha, mas penso que ele além de barganhar não deixou de também proteger a presidente uma vez que segurou inúmeros pedidos de impeachment e somente aceitou aquele que não havia mais nenhum argumento para descartá-los. Imaginem uma situação contrária em que o governo fosse do PSDB e aquele que deveria aceitar inúmeros pedidos de impedimento, simplesmente o ignorassem. A CUT, MST, Sindicatos e outros Movimentos Sociais, já estariam na rua classificando a medida como autoritária. Invoco, mais uma vez, o símbolo da briga de bugios para exemplificar a disputa entre o Presidente da Câmara e da República.

                  Dilma para se defender ataca. Diz que não tem conta na Suíça por isto não deve ser derrubada. A arte da tergiversação é peculiar desta gente.

               Sou contra todo e qualquer tipo de insubordinação, anarquia ou indisciplina,  mas o que o governador de São Paulo fez no sistema educacional, beira a estupidez. Em pleno século XXI o governador, sem demonstrar nenhuma intenção de consulta aos atingidos, toma uma medida drástica no sistema educacional. Com um sindicato amplamente aparelhado e elementos contra o governo infiltrados entre os estudantes e professores, não poderia se esperar nada diferente do que está acontecendo em São Paulo. Pura falta de visão do governador.

               Quando a presidente Dilma alega em sua defesa que Eduardo Cunha não tem legitimidade para pedir seu afastamento e que ela não é ladra, tem como fim exclusivo o de tergiversar. O fato de Cunha ter ou não legitimidade é inócuo, uma vez que não foi ele que fez o pedido, ele simplesmente aceitou, e aceitou somente um dos vários que lhe foram entregues. Parece até ter havido por parte do Presidente da Câmara uma tremenda ma vontade, só aceitou aquele no qual ele não teria nenhum argumento para rejeitá-lo, os demais foram todos descartados e quanto a isto eu não vi nenhuma manifestação contrária. Quanto ao fato de não ser ladra, como afirma a presidente, excluindo os seus atos pretéritos, também não servem como salvo conduto da abertura do pedido, pois não é deste crime que está sendo acusada e sim o de irresponsabilidade fiscal e administrativa. O gado ignorante aceita como válidos estes sofismas e sai as ruas dando bom dia a cavalos, assinando um atestado de ignorância e de fanatismo.

Afonso Pires Faria, 04 de dezembro de 2015.


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