quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A COISA CERTA DO JEITO ERRADO

              Temos no nosso país atualmente 20% de jovens desempregados. Isto, mesmo depois de o governo, para maquiar os índices, alterou a formula de cálculo para puxar estes indicadores para baixo. Não adiantou, o índice ultrapassou o ponderável. Estes mesmos jovens, e que são filiados ao partido do atual governo, tem como heróis, bandidos que estão encarcerados cumprindo pena pelos crimes cometidos em nome do partido. Desempregados e com esta índole, que profissão nos leva a crer que estes jovens seguirão?

             No calor da emoção, os crimes cometidos em São Bernardino, foram atribuídos a criminosos comuns que adquiriram armas legalmente, portanto foi apontado como solução o desarmamento. Passado o auge da notícia, ficou-se sabendo que foi um atentado terrorista e que se tivesse um só cidadão de bem no local, armado, o número de mortos seria minimizado. Mas agora os ânimos já arrefeceram e ficou gravado na memória do povo, tão somente, que foi arma que matou. Também é omitido, para o gáudio dos desarmamentistas, que estes crimes são todos cometidos em locais onde só tem gente desarmada.

              O processo de impeachment é um ato político e não jurídico. Não fosse assim, seria o judiciário, não o legislativo que tomaria a iniciativa de ação para executá-lo.

          Estão totalmente desvirtuadas as ações dos grupos que fazem reivindicações no nosso país. As centrais sindicais lutam para manter no poder o governo que mais os maltratou nas últimas décadas. O movimento dos sem terra lutam contra os transgênicos e não por terra. Os estudantes, paulistas na atualidade, estão a lutar por mais participação popular e não por mais verba para educação. Fosse isto, não estariam protestando contra o governo do estado que quer modernizar a educação, e sim contra o governo federal que está cortando recurdos do Ministério que os abastece. Os movimentos sociais e organizados estão a soldo daqueles que tudo querem do nosso país, menos o progresso.

              A facilidade que tem os políticos de enganar o povo é descomunal. Esta facilidade torna-se mais explícita e tem a sua operacionalização mais facilitada na razão direta da ignorância do povo a ser ludibriado. A arte de acusar ser o adversário, aquilo que se é, é tão primária que chega a causar espanto nos letrados, de como a coisa ainda surte efeito.

            Saibam os entusiastas do PMDB que tramita, paralelo ao pedido de impeachment da presidente Dilma, um processo junto ao TSE que também pede o seu afastamento por crimes cometidos na campanha eleitoral. No caso de êxito, cai a presidente e o vice. E quem será o presidente da Câmara que assumirá a presidência, é uma incógnita.

               O deputado Eduardo Cunha está sendo acusado pelo conselho de ética de quebra de decoro parlamentar, por ter mentido em declaração feita à uma CPI. Sua defesa alega que ele não mentiu, pois a declaração que ele fez de que todas as suas contas, que deveriam constar na sua declaração de renda para fins de candidatura, estavam feitas. Não lhe foi indagado se alem das obrigatórias ele seria beneficiário de alguma outra. De fato ele era beneficiário de uma conta na qual não havia necessidade de ser declarada, e não declarou. Portanto, que arrumem outra falcatrua do deputado Cunha, que devem ser fartas, para lhe processar. Esta não procede. Não quero dizer com isto que ele vá escapar e nem que ele é um sujeito de conduta ilibada, somente estou a afirmar que escolheram o argumento errado para fazer a acusação. O fanatismo dicotômico em que estamos mergulhados faz com que os agentes que atuam na nossa política sejam afetados de uma miopia extrema que não os deixa, muitas vezes, ver o óbvio. Agem por puro espírito de vendeta sem medir a coerência de seus atos. O argumento usado para afastar o presidente da Câmara assemelha-se a um pedido de prisão para a Dilma por furto de carga de caminhão. Não duvidem que um idiota da oposição não vá fazer uma proposição semelhante a esta, é um jurista, também fanático, lhe dizer que é viável e lá vai o sujeito se desgastar desnecessariamente. Summum jus, summa injuria.
Afonso Pires Faria, 09 de dezembro de 2015.
    



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