terça-feira, 22 de dezembro de 2015

DE VOLTA AO PASSADO

             Tanto mais inverosímel for o fato e mais ignorante o alvo a que se destina, maior a probabilidade do alvo ser acertado.

          Vamos lá tigrada, não percam o foco, vamos lutar com unhas e dentes e sangue nos olhos para evitar que o PT saia do poder. Todos juntos unidos para não perder os privilégios. Ou vocês acham que outro governo, mesmo um também alinhado como o PSDB, vai seguir distribuindo estas polpudas verbas para sindicatos e movimentos sociais como o atual partido governista?

          Se te fosse dado a oportunidade de optar por pagar R$ 50,00 pelo ingresso de uma peça teatral e assisti-la, ou pagar R$ 5,00 por uma outra que tu sequer sabe onde será exibida, qual seria a tua opção? Se a segunda, bem vindo ao Brasil, terra do incentivo a cultura com o dinheiro expropriado involuntariamente do povo para este fim.

          Com que segurança uma empresa investirá no nosso país depois de perdermos o grau de investimento e o pretenso investidor saber que: O Tribunal Regional do Trabalho de uma cidade determinou a suspensão da demissão de 453 funcionários de uma empresa.

          A Presidente Dilma substituiu um Ministro da Fazenda que queria fazer reajustes para poder crescer por um que quer economizar e fazer investimentos ao mesmo tempo. Este é adepto do “eu prefiro ser rico e com saúde, do que pobre e doente”. Todo o político ficou animado com o discurso do novo ministro, pois é tudo o que o povo quer ouvir. Mas os economistas já viram que é um demagogo de primeira linha. Discurso politicamente correto não combina com economia.

          Provoca em mim uma profunda confusão mental ao ver uma presidente pertencente a um pardito como o PT, defender com unhas e dentes as grandes empresas, e tentar imputar a culpa toda ao indivíduo. É o caso da presidente Dilma tentando defender as grandes empresas e imputando a culpa somente aos trabalhadores que á ela servem.

          “Mais Estado, menos Mercado”. Esta frase diz tudo ao que veio o novo Ministro da Fazenda que substitui o patético Joaquim Levy. Este será daqui por diante, o responsável por todos os males que a economia virá a sofre. Dele será a culpa de todas as maldades impostas ao povo. Os ajustes, os aumentos de impostos e retirada de direitos do trabalhador, todas elas oriundas do malvado Levy. O novo Ministro será responsável pelo aumento do crescimento e do investimento público para que o nosso país volte a crescer. Seremos novamente iludidos com um discurso fácil e pagaremos ainda mais caro pelos erros cometidos no passado. Cada vez que adiarmos as tomadas de decisões para corrigir os erros, maior será o sofrimento. Por mais que o novo ministro faça um discurso ambíguo e aparentemente comprometido com a realidade, o que vale mesmo é a fala do líder do governo José Guimarães, que é quem da o azimute do que, de fato, vai ser feito. Se não for assim, não será aprovado pelo legislativo. Foi assim com o Levy e que sirva de exemplo para o novo Ministro. Ou siga a orientação dos políticos ou será defenestrado como o anterior. Se é para falir de vez o nosso país, não deveriam fazer volta, e cortar o caminho colocando logo de volta o Mantega. Oficializaríamos assim a opção pelo caos absoluto.

          É uma questão única e exclusivamente de escolhas. Em existindo poucos recursos, tem-se que escolher onde serão aplicados prioritariamente. No Rio de Janeiro onde a saúde está em estado de calamidade pública e não se tem dinheiro sequer para pagar o salário dos servidores ligados a esta área, acaba de ser inaugurado o museu do futuro. Linda obra arquitetônica e engrandece muito a cultura do Estado. Alguns morrerão nas filas dos hospitais, mas outros ficarão satisfeitos com a grande obra futurística.

          Foi feita uma tentativa de salvar a economia do nosso país para o futuro, colocando-se como Ministro da Fazenda um economista com métodos ortodoxos, tendo em vista que a forma com que estavam sendo conduzidas as finanças nacionais, no final do governo Dilma, estava nos levando ao fundo do poço. As medidas não foram suficientes para corrigir todo o erro cometido no passado. Sabe o que fizeram? Em vez de aumentar a dose do remédio, simplesmente pararam de tomar o medicamento e voltaram a ministrar ao paciente, doses homeopáticas de veneno. Não existem incertezas no nosso futuro econômico. Existe sim uma certeza. Certeza de que a coisa vai voltar a piorar, mas com sabor de melhoria, o que é pior ainda.

Afonso Pires Faria, 22 de dezembro de 2015.

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