quinta-feira, 4 de julho de 2019

PAPAI GOVERNO.


Quando ainda era escasso os recursos para nos livrarmos dos animais que nos importunavam a vida, utilizava-nos de métodos rudimentares. As moscas, por exemplo, eram atraídas para uma superfície pegajosa, com um suco adocicado. Seu instinto animal, não permitia prever o perigo que lhe aguardava. Porcos selvagens, que depredavam as lavouras em busca por alimento, também necessitavam ser eliminados. Para caçá-los, eram produzidas armadilhas que deveriam ser mais dissimuladas do as das moscas, pois estes eram animais mais ardilosos e muitas vezes, previam o perigo, desviando-se dele. A forma era, aos poucos, fazer com que eles fosse se acostumando com o ambiente e deixando de tomar tantos cuidados. No início disponibilizava-se o alimento, e na frente havia um anteparo, ficando assim três flancos desguarnecidos, e o animal não via ali nenhum perigo. Aos poucos fechava-se mais um, e outro. Acostumado com a alimentação fácil e, aparentemente sem risco, os animais iam em busca do alimento farto, em bandos. Quando estavam em número aceitável, o caçador bloqueava a saída e o bando ficava preso. Nota-se que as técnicas de captura, sofisticam-se na proporção de que o animal a ser capturado possui maior discernimento em métodos de defesa. Mas o ser humano, como captura-lo? Não seria com doce e nem com simples arapucas. Não, para este tem de se ser mais maquiavélico, mais ladino e até menos escrupuloso de certa maneira. Um pouco de psicopatia, e instinto criminoso se faz necessário também. Como então fazer para tornar escravo o seu semelhante agora, já que os métodos primitivos de simples captura não são mais aceitáveis? Simples. Primeiramente usamos a mesma técnica que foi usada para o aprisionamento dos animais um pouco mais espertos. Oferecemos alimento fácil, seguido de mais alguns atrativos semelhantes aos das moscas, tais como cuidados extras, já que o ser humano não tem no simples atendimento de suas necessidades primárias um grande atrativo. Após bem alimentado e cuidado, a certeza de sua docilidade confirmada, e também a confirmação de que não haverá reação nenhuma, pois lhes foram tolhidos todos os meios de defesa, constata-se que a vítima está completamente dominada. Qualquer semelhança com a chamada política de bem-estar social pregada pela social democracia, não é mera coincidência.
Afonso Pires Faria, 04.07.2019.

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