Sim, todo o cuidado com o dinheiro
público ainda é pouco. Exemplos de sua má aplicação, quando não desvio, não
faltam. Para que se faça o adequado controle, é necessária gente com
responsabilidade e empenhada para este fim. Mas somente isto não basta pois
mesmo os bem intencionados estão sujeitos a serem ludibriados, sem contarmos
com àqueles que se utilizam da oportunidade para se locupletarem. Para isto,
criam-se órgão de controle. Tudo isto faz parte da máquina burocrática do
governo. Pesada máquina diga-se de passagem. Quanto maior a gama de
fiscalizadores e controladores de fiscais, mais impostos temos que pagar para
mantê-los bem remunerados. Se não forem bem pagos, maior a chance de se
envolver em desvios e subornos. Pelo menos este é o argumento aceito no
momento. Como podemos convencer o cidadão comum de que cada benefício que ele
recebe do Estado, já lhe foi subtraído antecipadamente, e que o quantum por ele
despendido foi tão maior quando das necessidades que ele possui? Cada vez que
vejo na rua, um cidadão humilde, sinto vergonha em saber que ele, inconscientemente,
contribui para que eu possa ir à praia por uma estrada toda asfaltada, com túneis
e viadutos. Por que diabos não sou eu, que utilizo a referida rodovia, que devo
pagar pelo seu uso, e tenho que dividir o seu custo de manutenção com que
sequer sabe de sua existência? E porque eu, tenho que pagar o meu imposto de
renda, cada vez maior, para que o governo possa financiar com juros
subsidiados, altamente subsidiados, empresas para fazer obras em países os
quais eu nunca visitarei? Um Estado gigante é perigoso. Quando tem muitas leis
tributárias, é muito perigoso. E se torna ingovernável, muito perigoso e temerário,
quando, de forma dissimulada, cria vários órgãos de controle. E quando tem como
título “controle” e subtítulo “popular”, já se perdeu tudo.
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