quarta-feira, 19 de abril de 2017

FALIU O PAÍS.



               O maniqueísmo extremo faz com que as pessoas fiquem cegas de raiva e, em vez de atacar o mal em si, ataquem o local onde o mal está sendo elaborado. Vejamos por exemplo a Rede Globo: é atacada pela esquerda e direita. Eu a condeno por exibir programas como o seriado que está por vir como “Os dias eram assim”, um claro endeusamento ao que nos anos 60 tentaram implantar uma ditadura de esquerda no nosso país, e seus miquinhos amestrados. Por outro lado, vejo que existe na emissora também, programas que primam pela defesa do liberalismo, como é o caso do programa “Painel”. Não é a emissora em si, e sim alguns setores dela que, ora pendem para um lado, oura para o outro. Mas uma coisa é certa. Pendem sempre mais para o lado que paga melhor.

               É muito complicada a atual situação do nosso país. As estruturas, todas, estão apodrecidas. Se se salvasse uma, ela poderia resgatar as outras, mas não, todas estão altamente comprometidas com o poderio econômico e de uma política de manutenção do status quo impregnado no nosso governo desde a implantação da nossa república. Chegamos ao ápice da crise, comparado a uma inundação, pouco a pouco nossos poderes estão sendo inundados e não tem a quem recorrer. Não creio que a mudança das peças do jogo solucionará o problema, tampouco as regras sendo alteradas resolverá o nosso problema, se não a curtíssimo prazo. O que tem de ser mudado é o jogo em si. Isto somente será viável com um governo forte e um Estado mínimo, mesmo que por um curto período de tempo. Outra solução será um mero paliativo. A democracia só tem solução na política e a política com os políticos. Como agir em um ambiente democrático com os atuais atores sendo que estes, estão totalmente comprometidos com a gigantesca máquina que foi engendrada por eles mesmos, ainda no início do século passado?

               Por maior que seja o percentual de desempregados no país, ele sempre será menor do que o de empregados. Portanto a maioria dos votos é de gente empregada. Aí está a demagogia dos políticos aproveitadores em defender privilégios daqueles que estão empregados em detrimento da possibilidade de se abrir a possibilidade de se criar empregos. Um é real o outro é uma perspectiva. O político profissional sabe muito bem enganar os ignorantes.

                Todo o corpo estranho em um organismo causa repulsa, estranheza, prejuízo e desconforto a ponto deste tenta-lo expurgar ou obriga-se a criar mecanismos que o suportem no seu meio. É o caso de um espinho que cravamos no pé. Assim é na sociedade e assim são nos institutos e associações que criamos para nos proteger. Estas devem ser harmônicas e justas para não beneficiar uns mais que os outros. É impossível não haver injustiças, mas todo o esforço deve ser direcionado para minimizá-las e não para incrementá-las. Para cada tipo de problema temos que adotar uma solução diferente. Um governo é um ente complexo e para isto não pode adotar a máxima de que, quem somente dispõe a mão um martelo, todos os problemas são um prego. Se é o governo e os parlamentares que estão tentando solucionar o problema da previdência social, e este é o financeiro, é ele e não outro, que se deve atacar. Se existem disparidades, elas devem ser diminuídas e não conservadas. Cito um exemplo muito expressivo o caso da aposentadoria da mulher. Por esta viver mais tempo que o homem, o lógico seria que ela tivesse que, ou contribuir por mais tempo ou aposentar-se mais tarde. Mas o que fazem os políticos, por tratarem de algo que não lhes afeta? Invertem a ordem das coisas com um argumento totalmente desconectado da lógica previdenciária de que a mulher trabalha mais do que o homem, justamente quando estas reivindicam a igualdade nos afazeres domésticos. Se se quer uma coisa, não se pode incentivar a outra. O problema não é prego, é um parafuso, mas o político semente dispõe de uma ferramenta para solucionar o problema, um martelo, ou seja, a demagogia. 

 “Quando você perceber que, para produzir precisa
 obter a autorização de quem não produz nada; quando
 comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não
 com bens, mas com favores; quando perceber que muitos
 ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que
 pelo trabalho; que as leis não nos protegem deles mas,
 pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
 quando perceber que a corrupção é recompensada e a
 honestidade se converte em auto-sacrifício, então
 poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade
 está condenada,”
 (Ayn Rand)

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