O maniqueísmo extremo faz com que as pessoas fiquem cegas de raiva
e, em vez de atacar o mal em si, ataquem o local onde o mal está sendo
elaborado. Vejamos por exemplo a Rede Globo: é atacada pela esquerda e direita.
Eu a condeno por exibir programas como o seriado que está por vir como “Os dias
eram assim”, um claro endeusamento ao que nos anos 60 tentaram implantar uma
ditadura de esquerda no nosso país, e seus miquinhos amestrados. Por outro lado,
vejo que existe na emissora também, programas que primam pela defesa do
liberalismo, como é o caso do programa “Painel”. Não é a emissora em si, e sim
alguns setores dela que, ora pendem para um lado, oura para o outro. Mas uma
coisa é certa. Pendem sempre mais para o lado que paga melhor.
É muito complicada a atual
situação do nosso país. As estruturas, todas, estão apodrecidas. Se se salvasse
uma, ela poderia resgatar as outras, mas não, todas estão altamente
comprometidas com o poderio econômico e de uma política de manutenção do status
quo impregnado no nosso governo desde a implantação da nossa república.
Chegamos ao ápice da crise, comparado a uma inundação, pouco a pouco nossos
poderes estão sendo inundados e não tem a quem recorrer. Não creio que a
mudança das peças do jogo solucionará o problema, tampouco as regras sendo
alteradas resolverá o nosso problema, se não a curtíssimo prazo. O que tem de
ser mudado é o jogo em si. Isto somente será viável com um governo forte e um
Estado mínimo, mesmo que por um curto período de tempo. Outra solução será um
mero paliativo. A democracia só tem solução na política e a política com os
políticos. Como agir em um ambiente democrático com os atuais atores sendo que
estes, estão totalmente comprometidos com a gigantesca máquina que foi
engendrada por eles mesmos, ainda no início do século passado?
Por maior que seja o percentual de
desempregados no país, ele sempre será menor do que o de empregados. Portanto a
maioria dos votos é de gente empregada. Aí está a demagogia dos políticos
aproveitadores em defender privilégios daqueles que estão empregados em
detrimento da possibilidade de se abrir a possibilidade de se criar empregos.
Um é real o outro é uma perspectiva. O político profissional sabe muito bem
enganar os ignorantes.
Todo o corpo estranho em um organismo causa
repulsa, estranheza, prejuízo e desconforto a ponto deste tenta-lo expurgar ou
obriga-se a criar mecanismos que o suportem no seu meio. É o caso de um espinho
que cravamos no pé. Assim é na sociedade e assim são nos institutos e
associações que criamos para nos proteger. Estas devem ser harmônicas e justas
para não beneficiar uns mais que os outros. É impossível não haver injustiças,
mas todo o esforço deve ser direcionado para minimizá-las e não para
incrementá-las. Para cada tipo de problema temos que adotar uma solução
diferente. Um governo é um ente complexo e para isto não pode adotar a máxima
de que, quem somente dispõe a mão um martelo, todos os problemas são um prego.
Se é o governo e os parlamentares que estão tentando solucionar o problema da
previdência social, e este é o financeiro, é ele e não outro, que se deve
atacar. Se existem disparidades, elas devem ser diminuídas e não conservadas.
Cito um exemplo muito expressivo o caso da aposentadoria da mulher. Por esta
viver mais tempo que o homem, o lógico seria que ela tivesse que, ou contribuir
por mais tempo ou aposentar-se mais tarde. Mas o que fazem os políticos, por
tratarem de algo que não lhes afeta? Invertem a ordem das coisas com um
argumento totalmente desconectado da lógica previdenciária de que a mulher trabalha
mais do que o homem, justamente quando estas reivindicam a igualdade nos
afazeres domésticos. Se se quer uma coisa, não se pode incentivar a outra. O
problema não é prego, é um parafuso, mas o político semente dispõe de uma
ferramenta para solucionar o problema, um martelo, ou seja, a demagogia.
“Quando você perceber que, para
produzir precisa
obter a autorização de quem não produz nada; quando
comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não
com bens, mas com favores; quando perceber que muitos
ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que
pelo trabalho; que as leis não nos protegem deles mas,
pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
quando perceber que a corrupção é recompensada e a
honestidade se converte em auto-sacrifício, então
poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade
está condenada,”
(Ayn Rand)
obter a autorização de quem não produz nada; quando
comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não
com bens, mas com favores; quando perceber que muitos
ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que
pelo trabalho; que as leis não nos protegem deles mas,
pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
quando perceber que a corrupção é recompensada e a
honestidade se converte em auto-sacrifício, então
poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade
está condenada,”
(Ayn Rand)
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