Com a devida vênia
ao ministro Barroso do STF, gostaria de discordar da sua posição quando ao fim
do foro privilegiado para autoridades, no que tange a assuntos não relativos a
função. Creio que a única finalidade da existência deste escárnio, é justamente
este, de se evitar que as ditas autoridades sejam processadas em várias
comarcas por crimes de pequena monta, o que lhe levaria a dispender de quase a
totalidade do seu tempo em deslocamentos para se defender.
Se comemoramos, com razão,
o impeachment de Dilma, não podemos ter a mesma alegria pelo governo que a
sucede. Um governo fraco, com ministros envolvidos em crimes até mais graves do
que os que afastaram a presidente anterior, uma base de apoio que somente
atende aos pleitos com barganhas e com a única vantagem sobre o anterior de que
alterou a agenda internacional e tenta alterar a matriz econômica, mas de forma
tão pacata que, em breve, deverá ser novamente reformada. O mais grave de tudo
é que os recuos do governo, que antes ocorriam por propina, agora dão uma
demonstração de fraqueza e cedem pela intimidação física, abrindo um grave
precedente para novas investidas desmensuradas com atos que beiram a barbárie.
A simples admissão deste tipo de atitude já é grave, e se seguido pelo
atendimento dos seus pleitos, é na verdade, uma senha de como se deve agir para
ter atendidas as suas reivindicações. Os sinais de retomada na economia são
bem-vindos, mas a que preço? O nosso sacrifício temporário para um futuro
melhor é admitido, mas o governo que nos sucederá, poderá ser escolhido diante
de um país sedento de recuperação de privilégios, que o candidato vencedor
poderá mascarar de direitos. Quem virá a nos governar? No atual cenário, tende
a ser aquele que mais nos mentir e fizer as promessas mais mirabolantes.
Sentiremos saudade do Lula.
É para inglês ver. Sim, esta reforma da previdência, do jeito que
está, somente vai dar um alívio nas contas do atual governo, deixando a bomba
para os próximos. Este é um sinal de que a oposição, que está a boicotá-la, não
tem a mínima esperança de ganhar as próximas eleições presidenciais. Tivesse,
estaria lutando para que o país, daqui a três anos, não necessitasse de novas
reformas impopulares.
Sinceramente não tenho
muitas críticas a fazer sobre o projeto de abuso de autoridade, mas, tendo em
vista os que o defendem, fico totalmente contra ele. Lobão, Requião, Renan, Barbalho,
Gleisi, et caterva. Desta gente, temos que sempre desconfiar.
“Não existe dinheiro
público. Existe apenas o dinheiro do pagador de impostos. (Margaret Thatcher)
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