quinta-feira, 20 de abril de 2017

DEMAGOGIA E DESFAÇATEZ.



               Com a devida vênia ao ministro Barroso do STF, gostaria de discordar da sua posição quando ao fim do foro privilegiado para autoridades, no que tange a assuntos não relativos a função. Creio que a única finalidade da existência deste escárnio, é justamente este, de se evitar que as ditas autoridades sejam processadas em várias comarcas por crimes de pequena monta, o que lhe levaria a dispender de quase a totalidade do seu tempo em deslocamentos para se defender.

               Se comemoramos, com razão, o impeachment de Dilma, não podemos ter a mesma alegria pelo governo que a sucede. Um governo fraco, com ministros envolvidos em crimes até mais graves do que os que afastaram a presidente anterior, uma base de apoio que somente atende aos pleitos com barganhas e com a única vantagem sobre o anterior de que alterou a agenda internacional e tenta alterar a matriz econômica, mas de forma tão pacata que, em breve, deverá ser novamente reformada. O mais grave de tudo é que os recuos do governo, que antes ocorriam por propina, agora dão uma demonstração de fraqueza e cedem pela intimidação física, abrindo um grave precedente para novas investidas desmensuradas com atos que beiram a barbárie. A simples admissão deste tipo de atitude já é grave, e se seguido pelo atendimento dos seus pleitos, é na verdade, uma senha de como se deve agir para ter atendidas as suas reivindicações. Os sinais de retomada na economia são bem-vindos, mas a que preço? O nosso sacrifício temporário para um futuro melhor é admitido, mas o governo que nos sucederá, poderá ser escolhido diante de um país sedento de recuperação de privilégios, que o candidato vencedor poderá mascarar de direitos. Quem virá a nos governar? No atual cenário, tende a ser aquele que mais nos mentir e fizer as promessas mais mirabolantes. Sentiremos saudade do Lula.

             É para inglês ver. Sim, esta reforma da previdência, do jeito que está, somente vai dar um alívio nas contas do atual governo, deixando a bomba para os próximos. Este é um sinal de que a oposição, que está a boicotá-la, não tem a mínima esperança de ganhar as próximas eleições presidenciais. Tivesse, estaria lutando para que o país, daqui a três anos, não necessitasse de novas reformas impopulares.

               Sinceramente não tenho muitas críticas a fazer sobre o projeto de abuso de autoridade, mas, tendo em vista os que o defendem, fico totalmente contra ele. Lobão, Requião, Renan, Barbalho, Gleisi, et caterva. Desta gente, temos que sempre desconfiar.

“Não existe dinheiro público. Existe apenas o dinheiro do pagador de impostos. (Margaret Thatcher)

Nenhum comentário:

Postar um comentário