Vamos falar de direitos? Primeiro de tudo gostaria
que o leitor entendesse que se tem direito a algo é porque se conquistou por
méritos, ou se pagou para isto. Somente tem direito a exercer a profissão de
médico, quem estudou e cumpriu os requisitos parar exercê-la. Assim é juiz,
engenheiro, advogado etc. Para eu me aposentar tenho que pagar durante um
determinado tempo e um valor pelos quais serão feitos os cálculos do que farei
jus a minha remuneração. Para eu conseguir ser atendido por um médico do sistema
público de saúde terei que entrar em uma fila para, na ordem, receber a
referida prestação. Qualquer benefício concedido fora dos parâmetros normais,
deixam de ser classificados como direitos e passam a ser chamados de
privilégios. Alguns privilégios são facilmente assimilados pela população por
motivos culturais, como o caso do idoso e do deficiente. O problema é que o
número de aceitos culturalmente como merecedores destas lisonjas deve ser
reduzido para que não se faça da exceção uma regra. É o que está ocorrendo no
nosso país, por se tratar de um povo em que temos como cultura o “jeitinho”. O
filho do agricultor e a mulher se aposentam mais cedo, mesmo que esta, viva
mais que o homem e aquele, não tenha contribuído para tanto. O negro tem
direito a cotas porque pretensamente um familiar seu possa ter sido escravizado
por uma família do qual o preterido nem tenha notícia de qual seja. Todos são
iguais perante a lei, mas uns são mais iguais que os outros conforme pregava
Jorge Orwell, na sua obra “A Revolução dos Bichos”, e isto acontece com as
pessoas que adquirem algum poder. Mas ninguém escolhe envelhecer, nascer
mulher, filho de agricultor ou negro e os seus beneficiários são meros
coadjuvantes de leis porcas. O problema é que quando se passa do privilégio
absurdo a algo mais grave do que isto é sinal de que temos que tomar alguma
atitude. Qual será a próxima classe a receber o beneplácito do resto da
sociedade, quando se tenta aprovar uma lei ou norma que garante aos bissexuais,
lésbicas ou trans, o direito de nem em fila entrar para ser atendido, em uma
fila onde outros reles mortais, estão a esperar. O que justifica tamanho
absurdo e o que isto está a sinalizar é uma incógnita. Sim, um mistério para
uns, para os que estudam não. É de uma certeza matemática. Estão a tentar
desvirtuar o que ainda há de sensato e moral no mundo.
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