Que outro partido político poderá assumir o governo
do Brasil que proporcione tanta liberdade e verba aos movimentos sociais que
nem o atual grupo governista? Não acredito que haja algum, e estes grupos sabem
muito bem disto e não vão vender fácil a entrega do poder. Eles não terão
nenhum escrúpulo em cometer qualquer tipo de atrocidade para a garantia do óbolo,
e tomem cuidados os que respeitam a lei, para quando eles gritarem “movimentos
sociais brasileiros; uni-vos”. Haverá derramamento de sangue, choro e ranger de
dentes.
Os
que classificam como um atraso a imposição do voto impresso nas urnas
eletrônicas, não deixam de ter razão. Uma vez optado por um sistema moderno a
justificativa para dar-nos um passo atrás, só se justificaria por um argumento
muito convincente como a desconfiança de fraude por exemplo. O problema é que
no nosso país, com os governantes que tem, não podemos deixar o mínimo de
chance para que haja alguma chance de que se cometa alguma irregularidade que
ela será aproveitada.
Acompanhei
a votação, pelo Congresso Nacional, da derrubada do veto da presidente Dilma do
reajuste aos funcionários do poder judiciário. Finda a votação e derrotados, a
plateia ensandecida falava impropérios aos parlamentares governistas, ou que
votaram com eles. Fiquei imaginando o arrependimento que aqueles participantes
da plateia, que votaram no PT, devem estar sentindo. Mas não tem problema, já
em 2016 eles novamente serão cativados pelo sindicato ou pela central sindical
a fazer o mesmo. E farão.
Ouvi
a notícia de que o governo admite que obras de infraestrutura, poderão ter a
participação de fundos de pensão para a sua construção. Senti neste “poderão”,
um certo grau de imposição.
No
Brasil, não é só o que se ouve que é diferente do que se diz. Algumas vezes o
ouvinte ouve exatamente o que o locutor falou, mas interpreta de forma
diferente. A culpa é ora de um, ora de outro. Ocorre que muitas vezes a notícia
é dada de forma à exatamente confundir o povo menos esclarecido. Um exemplo
claro disto foi o resultado da auditoria que a oposição solicitou fazer nas
urnas eletrônicas. Terminada a auditoria, os analistas informaram não ser
possível se fazer uma auditagem nos referidos equipamentos. Notícia que saiu na
imprensa: Oposição declara que as urnas são seguras.
Temo
pela segurança de um país que tem um partido que chegou ao poder, e pretende
permanecer nele ad eternum, dizendo-se ser o partido da ética, da honradez, da
moralidade e da honestidade e agora tem na sua juventude, militantes que saúdam
como heróis, delinquentes e ladrões. Gente que esteve no poder e deveria
envergonhar qualquer entidade que a tivesse um dia os abrigado nos seus
quadros. Tudo isto acontecendo, sem termos uma entidade que possa tomar o poder
para acalmar esta horda. Este partido, apesar de ter pregado a moral e a
democracia como mote, jamais teve esta inspiração para governar. Seus quadros
possuem elementos que foram assaltantes, assassinos e justiceiros. Não seria assumindo
o poder que se converteriam em santos.
O
ex senador Suplicy, após receber um “chá de bando”, teve suas esperanças de ser
recebido pela “presidenta”, frustradas. Este foi mais um dos pedaços do rolo de
papel higiênico que serviu para limpar a sujeira da bunda do partido que está
no poder. Foi um triste e melancólico fim que tiveste senhor senador. Mas
mereceste, assim como os outros lacaios que serviram ao governo e hoje estão
presos ou foram descartados na lata do lixo. Outros mais virão. Tantos quantos
forem necessários para manter no poder o partido que se dizia da ética. Merecem
todos. Até tu petista ferrenho que está lendo este texto, um dia me olhará nos
olhos, como muitos já fizeram e me dirão com voz rouca baixa e trêmula: é, tu
tinhas razão. Mas já será tarde e nem eu vou poder rir dele por pena. Pena esta
que certamente é imerecida.
Afonso Pires
Faria, 23 de novembro de 2015.
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