segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FRUSTRAÇÕES E DESESPERANÇAS

                  Que outro partido político poderá assumir o governo do Brasil que proporcione tanta liberdade e verba aos movimentos sociais que nem o atual grupo governista? Não acredito que haja algum, e estes grupos sabem muito bem disto e não vão vender fácil a entrega do poder. Eles não terão nenhum escrúpulo em cometer qualquer tipo de atrocidade para a garantia do óbolo, e tomem cuidados os que respeitam a lei, para quando eles gritarem “movimentos sociais brasileiros; uni-vos”. Haverá derramamento de sangue, choro e ranger de dentes.

                            Os que classificam como um atraso a imposição do voto impresso nas urnas eletrônicas, não deixam de ter razão. Uma vez optado por um sistema moderno a justificativa para dar-nos um passo atrás, só se justificaria por um argumento muito convincente como a desconfiança de fraude por exemplo. O problema é que no nosso país, com os governantes que tem, não podemos deixar o mínimo de chance para que haja alguma chance de que se cometa alguma irregularidade que ela será aproveitada.

                            Acompanhei a votação, pelo Congresso Nacional, da derrubada do veto da presidente Dilma do reajuste aos funcionários do poder judiciário. Finda a votação e derrotados, a plateia ensandecida falava impropérios aos parlamentares governistas, ou que votaram com eles. Fiquei imaginando o arrependimento que aqueles participantes da plateia, que votaram no PT, devem estar sentindo. Mas não tem problema, já em 2016 eles novamente serão cativados pelo sindicato ou pela central sindical a fazer o mesmo. E farão.

                            Ouvi a notícia de que o governo admite que obras de infraestrutura, poderão ter a participação de fundos de pensão para a sua construção. Senti neste “poderão”, um certo grau de imposição.

                            No Brasil, não é só o que se ouve que é diferente do que se diz. Algumas vezes o ouvinte ouve exatamente o que o locutor falou, mas interpreta de forma diferente. A culpa é ora de um, ora de outro. Ocorre que muitas vezes a notícia é dada de forma à exatamente confundir o povo menos esclarecido. Um exemplo claro disto foi o resultado da auditoria que a oposição solicitou fazer nas urnas eletrônicas. Terminada a auditoria, os analistas informaram não ser possível se fazer uma auditagem nos referidos equipamentos. Notícia que saiu na imprensa: Oposição declara que as urnas são seguras.

                            Temo pela segurança de um país que tem um partido que chegou ao poder, e pretende permanecer nele ad eternum, dizendo-se ser o partido da ética, da honradez, da moralidade e da honestidade e agora tem na sua juventude, militantes que saúdam como heróis, delinquentes e ladrões. Gente que esteve no poder e deveria envergonhar qualquer entidade que a tivesse um dia os abrigado nos seus quadros. Tudo isto acontecendo, sem termos uma entidade que possa tomar o poder para acalmar esta horda. Este partido, apesar de ter pregado a moral e a democracia como mote, jamais teve esta inspiração para governar. Seus quadros possuem elementos que foram assaltantes, assassinos e justiceiros. Não seria assumindo o poder que se converteriam em santos.

                            O ex senador Suplicy, após receber um “chá de bando”, teve suas esperanças de ser recebido pela “presidenta”, frustradas. Este foi mais um dos pedaços do rolo de papel higiênico que serviu para limpar a sujeira da bunda do partido que está no poder. Foi um triste e melancólico fim que tiveste senhor senador. Mas mereceste, assim como os outros lacaios que serviram ao governo e hoje estão presos ou foram descartados na lata do lixo. Outros mais virão. Tantos quantos forem necessários para manter no poder o partido que se dizia da ética. Merecem todos. Até tu petista ferrenho que está lendo este texto, um dia me olhará nos olhos, como muitos já fizeram e me dirão com voz rouca baixa e trêmula: é, tu tinhas razão. Mas já será tarde e nem eu vou poder rir dele por pena. Pena esta que certamente é imerecida.
Afonso Pires Faria, 23 de novembro de 2015.


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