Mesmo dizendo a
verdade, o governo está tentando iludir o povo ao dizer, por exemplo, que a
greve dos caminhoneiros é política. Sim é política e ao dizer isto está
encobrindo que alem de política é financeira, econômica, moral e ética. Os
representantes do governo contam com a ignorância do povo ao insinuar que, ao
ser política perde a legitimidade. Nada tem de desmerecido o fato de haver no
movimento um viés político e isto é perfeitamente correto. O presidente Lula,
ao afirmar que a oposição tem medo de que ele volte a concorrer novamente ao
cargo máximo do nosso país, novamente está falando a verdade, mas sem
adjetivá-la. De fato a oposição tem medo, mas os pobres tem medo, os
trabalhadores e os empregadores tem medo. O povo tem medo. Mas o medo é de que
ele, ao voltar, crie novamente condições para que o Brasil tenha uma nova
década perdida, com uma política populista e unicamente eleitoreira. Meias
verdades ou verdades incompletas, muitas vezes trazem muito mais mal ao povo do
que uma mentira.
Se as urnas
eletrônicas são, de fato, seguras e contra fraudes conforme declara o presidente
do TSE, porque a presidente Dilma vetou a possibilidade de se imprimir o voto
para que o eleitor tivesse a certeza de que não foi enganado, e para uma futura
auditoria e qualquer urna que se desconfiasse de alguma irregularidade?
Desconfio muito
de certas interpretações estatísticas. Deixem que os números falem por si. Uma
interpretação diz que dentre as mulheres agredidas, a maioria é negra. Mas
esconde que os maiores agressores também são negros. Ou seja, não existe uma
relação entre a cor da pele se for para o lado do agressor, mas sim pelo lado
da parte agredida. A maioria dos presos é negro, e isto é fato, mas se deixa de
divulgar que o maior número de delitos são cometidos por eles. Mas isto é
politicamente incorreto e não convêm divulgar.
Um diálogo bem
possível entre uma moça que foi abastecer o seu Audi A3 em um posto de gasolina
para o frentista que lhe foi atender: Ganhei o carro do meu pai porque passei
no vestibular de medicina na URGS. O frentista: O meu filho também faz
faculdade, mas é eu que pago. E não me venham dizer que o ENEM e as cotas,
estão aí para corrigir isto. O que de fato igualaria as condições seria a
extinção de todas as universidades federais e o investimento maciço no ensino
médio. O ensino superior seria custeado pelo FIES com juros ainda mais baixos e
condições favoráveis a quem necessitasse.
O programa
“Minha Casa Minha Vida” seria uma ótima forma de benefício a população de baixa
renda, não tivesse sido contaminado por um governo corrupto e empresas
inescrupulosas e políticos corruptos.
Vejo como um tanto
difusa a reivindicação dos caminhoneiros. Querem a retirada da presidente e ao
mesmo tempo solicitam a ela a baixa dos preços dos combustíveis. Querem que um
governo que eles não reconheçam faça algo que vem de encontro ao que deveriam
solicitar. Um menor controle governamental nos preços.
É correto que todo o cidadão tem o direito constitucional
de ir e vir e ninguém tem o direito de impedi-lo. Isto está sendo aplicado para
a greve dos caminhoneiros. Mas para os movimentos sociais serão aplicadas as
mesmas regras? Já não foram no passado, veremos se doravante a regra seja
aplicada também para eles.
Afonso Pires
Faria, 11 de novembro de 2015.
"Aos amigos, as benesses do poder, aos inimigos, os rigores da lei." O positivismo contista do Borges está mais presente, só que se mata menos agora. Mata menos políticos, o que é uma pena.
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