quarta-feira, 11 de novembro de 2015

CONJECTURAS.

                              Mesmo dizendo a verdade, o governo está tentando iludir o povo ao dizer, por exemplo, que a greve dos caminhoneiros é política. Sim é política e ao dizer isto está encobrindo que alem de política é financeira, econômica, moral e ética. Os representantes do governo contam com a ignorância do povo ao insinuar que, ao ser política perde a legitimidade. Nada tem de desmerecido o fato de haver no movimento um viés político e isto é perfeitamente correto. O presidente Lula, ao afirmar que a oposição tem medo de que ele volte a concorrer novamente ao cargo máximo do nosso país, novamente está falando a verdade, mas sem adjetivá-la. De fato a oposição tem medo, mas os pobres tem medo, os trabalhadores e os empregadores tem medo. O povo tem medo. Mas o medo é de que ele, ao voltar, crie novamente condições para que o Brasil tenha uma nova década perdida, com uma política populista e unicamente eleitoreira. Meias verdades ou verdades incompletas, muitas vezes trazem muito mais mal ao povo do que uma mentira.

                            Se as urnas eletrônicas são, de fato, seguras e contra fraudes conforme declara o presidente do TSE, porque a presidente Dilma vetou a possibilidade de se imprimir o voto para que o eleitor tivesse a certeza de que não foi enganado, e para uma futura auditoria e qualquer urna que se desconfiasse de alguma irregularidade?

                            Desconfio muito de certas interpretações estatísticas. Deixem que os números falem por si. Uma interpretação diz que dentre as mulheres agredidas, a maioria é negra. Mas esconde que os maiores agressores também são negros. Ou seja, não existe uma relação entre a cor da pele se for para o lado do agressor, mas sim pelo lado da parte agredida. A maioria dos presos é negro, e isto é fato, mas se deixa de divulgar que o maior número de delitos são cometidos por eles. Mas isto é politicamente incorreto e não convêm divulgar.

                            Um diálogo bem possível entre uma moça que foi abastecer o seu Audi A3 em um posto de gasolina para o frentista que lhe foi atender: Ganhei o carro do meu pai porque passei no vestibular de medicina na URGS. O frentista: O meu filho também faz faculdade, mas é eu que pago. E não me venham dizer que o ENEM e as cotas, estão aí para corrigir isto. O que de fato igualaria as condições seria a extinção de todas as universidades federais e o investimento maciço no ensino médio. O ensino superior seria custeado pelo FIES com juros ainda mais baixos e condições favoráveis a quem necessitasse.

                            O programa “Minha Casa Minha Vida” seria uma ótima forma de benefício a população de baixa renda, não tivesse sido contaminado por um governo corrupto e empresas inescrupulosas e políticos corruptos.  

                            Vejo como um tanto difusa a reivindicação dos caminhoneiros. Querem a retirada da presidente e ao mesmo tempo solicitam a ela a baixa dos preços dos combustíveis. Querem que um governo que eles não reconheçam faça algo que vem de encontro ao que deveriam solicitar. Um menor controle governamental nos preços.

                            É correto que todo o cidadão tem o direito constitucional de ir e vir e ninguém tem o direito de impedi-lo. Isto está sendo aplicado para a greve dos caminhoneiros. Mas para os movimentos sociais serão aplicadas as mesmas regras? Já não foram no passado, veremos se doravante a regra seja aplicada também para eles.

Afonso Pires Faria, 11 de novembro de 2015.

Um comentário:

  1. "Aos amigos, as benesses do poder, aos inimigos, os rigores da lei." O positivismo contista do Borges está mais presente, só que se mata menos agora. Mata menos políticos, o que é uma pena.

    ResponderExcluir