terça-feira, 23 de maio de 2017

PERIGO A VISTA.



Penso ser prematura qualquer opinião mais aprofundada dos fatos que estão ocorrendo no nosso país. Em todas as manifestações de que eu participei solicitando o impeachment da presidente Dilma, em nenhum me mantive muito próximo dos que solicitavam intervenção militar, pois acho que este, e um gesto de extrema gravidade, com profundas alterações na política de um país, e uma demonstração de impotência das instituições constitucionalmente formadas. Não gostaria de ter que concordar com os estremados que dizem que todo o político é ladrão e nem com os radicais que dizem que o povo é burro e que não sabe votar. Sei que exemplos para defender qualquer uma destas teses não nos falta. No caso de uma saída do presidente Temer, obrigatoriamente será necessário a escolha de um outro governante, segundo a atual constituição, de forma indireta. Neste caso a escolha caberá ao grupo classificado como de ladrões. Existe também a possibilidade, mesmo que remota, de se votar uma PEC, que permita ao povo fazer esta escolha, e cairíamos no grupo dos burros. Penso, portanto, que todos os que pensavam como eu, devam reavaliar suas posições, deixar o maniqueísmo de lado e pensar no que é, de fato, melhor para o nosso país. Não se faz uma omelete, sem quebrar os ovos. Haverá choro e ranger de dentes em qualquer uma das situações. Penso que quanto mais traumática a medida a ser tomada, melhor será o seu resultado. Com as acusações ao atual governo e um sem número de parlamentares, estes se sentem impedidos de tomar qualquer atitude que possa ser validada pelo povo, e corremos o risco de vivermos o que Wanderley Guilherme dos Santos classificou como uma “paralisia decisória”. Os tempos são outros e, uma intervenção militar, que outrora ocorria com frequência em países como o nosso, não tem mais o mesmo espaço. Os organismos internacionais eram mais benevolentes com este tipo de solução para os problemas, e hoje uma atitude assim será muito prejudicial para a nossa economia externa, por mais necessária que alguns pensam que seja. Das soluções que são apresentadas nenhuma é a que desejaríamos para o nosso país, mas uma delas tem que ser tomada, e para o bem na nação que não seja combatida violentamente pelos que não tiverem seus pleitos atendidos.

Por mais benevolente que eu tente ser, por mais paciência para com os ignorantes e fanáticos, chega uma hora em que se perde a tramontana e se apela para o radicalismo. Não pode haver explicação para uma pessoa que tenha no mínimo dois neurônios dentro da cabeça, fique a criticar veementemente os crimes cometidos pelo atual governo e governantes, e defenda com mais vigor ainda os que o anterior praticou, como se estes fossem de menor monta, quando se sabe que a distância que os separa é astronômica, e contra eles. Fanático é um termo por demais benevolente para se classificar um indivíduo com tão poucos escrúpulos.

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