Penso ser prematura qualquer opinião
mais aprofundada dos fatos que estão ocorrendo no nosso país. Em todas as manifestações
de que eu participei solicitando o impeachment da presidente Dilma, em nenhum
me mantive muito próximo dos que solicitavam intervenção militar, pois acho que
este, e um gesto de extrema gravidade, com profundas alterações na política de
um país, e uma demonstração de impotência das instituições constitucionalmente
formadas. Não gostaria de ter que concordar com os estremados que dizem que
todo o político é ladrão e nem com os radicais que dizem que o povo é burro e
que não sabe votar. Sei que exemplos para defender qualquer uma destas teses
não nos falta. No caso de uma saída do presidente Temer, obrigatoriamente será
necessário a escolha de um outro governante, segundo a atual constituição, de
forma indireta. Neste caso a escolha caberá ao grupo classificado como de
ladrões. Existe também a possibilidade, mesmo que remota, de se votar uma PEC,
que permita ao povo fazer esta escolha, e cairíamos no grupo dos burros. Penso,
portanto, que todos os que pensavam como eu, devam reavaliar suas posições,
deixar o maniqueísmo de lado e pensar no que é, de fato, melhor para o nosso
país. Não se faz uma omelete, sem quebrar os ovos. Haverá choro e ranger de
dentes em qualquer uma das situações. Penso que quanto mais traumática a medida
a ser tomada, melhor será o seu resultado. Com as acusações ao atual governo e
um sem número de parlamentares, estes se sentem impedidos de tomar qualquer
atitude que possa ser validada pelo povo, e corremos o risco de vivermos o que
Wanderley Guilherme dos Santos classificou como uma “paralisia decisória”. Os
tempos são outros e, uma intervenção militar, que outrora ocorria com
frequência em países como o nosso, não tem mais o mesmo espaço. Os organismos
internacionais eram mais benevolentes com este tipo de solução para os problemas,
e hoje uma atitude assim será muito prejudicial para a nossa economia externa,
por mais necessária que alguns pensam que seja. Das soluções que são
apresentadas nenhuma é a que desejaríamos para o nosso país, mas uma delas tem
que ser tomada, e para o bem na nação que não seja combatida violentamente
pelos que não tiverem seus pleitos atendidos.
Por mais
benevolente que eu tente ser, por mais paciência para com os ignorantes e
fanáticos, chega uma hora em que se perde a tramontana e se apela para o
radicalismo. Não pode haver explicação para uma pessoa que tenha no mínimo dois
neurônios dentro da cabeça, fique a criticar veementemente os crimes cometidos
pelo atual governo e governantes, e defenda com mais vigor ainda os que o
anterior praticou, como se estes fossem de menor monta, quando se sabe que a
distância que os separa é astronômica, e contra eles. Fanático é um termo por
demais benevolente para se classificar um indivíduo com tão poucos escrúpulos.
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