Não que
eu seja adepto da causa, mas não costumo me informar somente com coisas das
quais eu simpatizo, e mesmo que eu não concorde com tudo o que se defende,
algumas ideias são interessantes e devem ser percebidas. Diante da nossa
insatisfação pelo que está ocorrendo no nosso país, onde está difícil defender
este governo e nem sequer elogiar o anterior, veio-me a lembrança algumas
citações de Henry David Thoreau em sua obra “A Desobediência Civil”, que passo
a citá-las. Sei que, fora do contexto, algumas podem parecer agressivas ou
mesmo sectárias, mas toda a obra é uma boa leitura. Recomendo.
- E no entanto, este governo, por
si só, nunca apoiou qualquer empreendimento, a não ser pela rapidez com que lhe
saiu do caminho.........quanto mais conveniente ele for, tanto mais deixará em
paz os seus governados.
- Deixemos que cada homem faça
saber que tipo de governo mereceria seu respeito e este já seria um passo na
direção de obtê-lo.
- Penso que devemos ser homens,
em primeiro lugar, e depois súditos.
- A lei jamais tornou os homens
mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais
bem-intencionados transforma-se diariamente em agentes de injustiça.
- Se um homem sem propriedade
alguma recusa-se uma única vez a contribuir com nove xelins para o Estado, é
aprisionado por um período de tempo ilimitado por qualquer lei que seja de meu
conhecimento, e determinado apenas pelo critério pessoal daqueles que ali o
colocaram. Mas se tivesse ele roubado ao Estado noventa vezes nove xelins,
teria sido sem demora posto em liberdade.
- Além disso, qualquer homem mais
justo que seus semelhantes já constitui uma maioria de um.
- O coletor de impostos, meu
semelhante, é exatamente o homem com quem tenho de tratar – pois, afinal, é com
homens que brigo e não com pergaminhos.
- Num governo que aprisiona
qualquer pessoa injustamente.......seus espíritos mais livres e menos desesperançados,
são seus cárceres....... o único lugar num Estado escravo em que um homem livre
pode viver com honra.
- Se a alternativa for a de
manter todos os homens justos na prisão ou desistir da guerra e da escravidão,
o Estado não hesitará em sua escolha.
- Deves arrendar ou ocupar terra
devoluta num lugar qualquer, plantar não mais que uma pequena safra e
consumi-la imediatamente.
- Não está equipado com
inteligência ou honestidade superiores, mas com força física superior. (O
Estado)
- Entretanto, o governo não me
interessa tanto assim, e dedicarei a ele o menor número de meus pensamentos.
- Será a democracia, tal como a
conhecemos, o último desenvolvimento possível em matéria de governo? Não será
possível dar um passo mais além no sentido do reconhecimento e da organização
dos direitos do homem?
- Agrada-me imaginar um Estado
que, afinal, possa permitir-se ser justo com todos os homens e tratar o
indivíduo com respeito, como um ser semelhante; que consiga até mesmo não achar
incompatível com sua própria paz o fato de uns poucos viverem à parte dele, sem
intrometer-se com ele, sem serem abarcados por ele, e que cumpram todos os seus
deveres como homens e cidadãos.
Que se crie uma confusão tão grande que o povo não
tenha a menor possibilidade de entender o funcionamento do governo e sua
burocracia. Daí fica muito fácil iludi-lo. (Afonso Pires Faria – 1957/????)
O povo que tudo pode é tão ou mais perigoso que um
tirano (Benjamin Constant-1767/1830)
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