Muitas vezes agimos de forma involuntária no nosso cotidiano. Reza
a lenda de que um estranho perguntou em uma casa humilde em que fazia uma
visita, de porque se cortava a cabeça e o rabo do peixe para assa-lo, e em não
obtendo resposta, foi fazer uma pesquisa antropológica na família e descobriu
que os antepassados eram tão pobres que só tinham uma forma para este fim e por
ela ser pequena tinha que ser diminuído o tamanho do animal, e se descartavam
as partes menos valiosas. Assim temos o habito de cumprir certos ritos e
cerimônias às quais não existem mais motivos para tal. Não sei por quê, por
exemplo, não uso boné dentro de casa, me foi ensinado assim no quartel retirar
a cobertura quando em ambiente coberto, e quando saí de lá segui com este
habito, sem saber se era ou não uma prática exclusivamente castrense. Creio que
o respeito aos mais velhos pode seguir este mesmo caminho. Parto do pressuposto
de que devemos respeitas as pessoas que se dão o devido respeito. As pessoas
com o passar dos anos, vão adquirindo confiança em si, sabedoria, prudência e
bom comportamento, conseguindo assim que lhe seja dispensado uma certa
respeitabilidade. Creio ser este o pressuposto para se respeitar uma pessoa, a
imposição que estas qualidades lhe deram com o passar dos anos, e não o
respeito pelo simples fato de terem envelhecido. Algumas criaturas tem uma
índole tão má e uma tamanha falta de consideração para com o próximo que,
penso, necessitariam de mais de três séculos de vida para aprender a se dar o
devido respeito. Sinceramente tenho minhas dúvidas quanto a suficiência deste
tempo para determinados seres que foram colocados, creio que por engano, neste
mundo. Existem pessoas que cometem erros, se arrependem e, se voltam a
cometê-los, é de forma mais branda e por algum equívoco, por ignorância ou por
um descuido. Pelo menos este é o curso natural do comportamento humano e por
isto os erros dificilmente se repetem com maior intensidade, e as pessoas com o
passar dos anos vão ficando mais dóceis, mais humildes, sabedoras da sua
dependência de outros seres que o rodeiam, e que se escasseiam cada vez mais.
Deveriam se dar conta de que o valor das coisas, são dados pela sua raridade. O
diamante não é caro pela sua utilidade e sim pelo fato de existirem poucos na
terra. Assim são as pessoas disponíveis para nos servir. O sábio dá-se conta
desta necessidade e valoriza cada um dos poucos que o cerca, pelo tamanho da
necessidade que tem de contar com eles cada vez com mais frequência e
intensidade. Mas eu falei dos sábios. Infelizmente existem os que não o são.
Pessoas passam a vida inteira desprezando os outros, faltando com a verdade,
cometendo maldades para tirar proveito material, e nem sempre com este fim, as
vezes, isto sim, pelo simples prazer de cometer maldades. Pode parecer que não
existe gente assim, mas infelizmente, existe sim. Muitos destes elementos
chegam ao fim da vida de forma tão debilitada e com tantas maldades cometidas,
que não lhe é possibilitado chance para recuperação. Os amigos e os parentes se
magoaram tanto que deixam que a vida lhe aplique o castigo merecido. Para
alguns ainda é apresentado a possibilidade de recuperação e, por incrível que
pareça, ainda no final da vida, em estado de total dependência, se negam a
aceitar a constrição. Não são estes, merecedores do respeito que deveria ser
dispensado a uma pessoa com a idade avançada. Deve sim ele ser tratado como um
reles qualquer. Vou passar a andar de boné dentro de casa, se ninguém me
explicar qual o motivo desta regra, e não respeitarei mais as pessoas pelo tempo
que ela permaneceu neste mundo, se ele não soube fazer dele um bom uso e segui
cometendo os mesmos erros a vida toda.
ééé
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