terça-feira, 1 de janeiro de 2019

DAS DIFERENÇAS E DOS COSTUMES.



Ironicamente, são aqueles que mais defendem o igualitarismo, que na hora de serem iguais se revoltam. A previdência é o caso mais emblemático. Existem regras distinta para cada classe de trabalhador, e até de quem pleiteie a aposentadoria sem ter contribuído o suficiente para tanto. Quanto mais difusas são as concessões mais elementos do governo são necessários para regular, orientar e fiscalizar a sua aplicação. Existe aposentadoria diversificada para homem, mulher, trabalhador urbano, rural, deficiente e se deixarmos a coisa seguir neste ritmo, em breve haverá também distinção entre negros, homossexuais etc. Repito que cada segmentação feita, avulta-se o número de servidores para que se possa cometer menos injustiças. E é bem por aí, que as injustiças crescem, pois, a parcela dos servidores públicos são mais iguais do que as do setor privado. 

É praticamente impossível governar um pais, por menor que seja, com uma constituição nos moldes da que temos vigendo no nosso país. Ela é simplesmente um monstro. Prevê que todo o cidadão tem amplos direitos e, na mesma proporção o Estado os tem de deveres. Mescla-se direitos naturais com positivados, invertendo-se a ordem de sua observância. Temos tantos direitos que não damos conta de pagar por todos.

Cada lugar na sua coisa. Não se produzem mais nem títulos, nem músicas inteiras que com poucas palavras tenham um grande significado, e nem se respeitam os lugares onde se possa cometer certas atitudes. Foi em um ambiente coberto, um restaurante, que eu notei gente com comportamento totalmente em desconformidade com o local, que fiz uma observação a atendente de que as coisas deveriam ser colocadas em seus devidos lugares e cada lugar em suas devidas coisas. Gente com chapéu na cabeça e de óculos escuros, seria similar a cortar a carne com garfo e levar a comida à boca com a faca. Estamos perdendo o senso de proporção e de civilidade. Falei qualquer coisa neste sentido, e fui presenteado com um mimo que veio a calhar com a minha colocação. “Isabela em contos”, de um autor local que fala de costumes antigos. Mesmo não sendo nativo, sinto que antigamente se preservava muito mais o respeito e costumes. Que andemos para frente, mas que não deixemos para trás o que de bom existia.

Eu que me ufano de dar valor às pessoas pelo que elas são no caráter, na cultura e na educação, acima da cor de sua pele, orientação sexual ou religião, estaria errado?

Afonso Pires Faria, 01.01.2019.


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