segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

DE AFOGADILHO.


Será que todos os outros são surdos, que não entendem nada se não for a base do grito, da ofensa, do exagero e da superlatividade nos exemplos? Não se toma um tempo para estudar os fatos e somente depois emitir juízo de valor, o negócio é “lacrar”. Se logo adiante surgir algum problema com a atitude de um político, o bonito é dizer: olha lá! eu escrevi que isto iria dar errado, fui o primeiro. Foi assim quando da nomeação do filho do vice-presidente, do decreto da posse de armas de fogo e agora a comitiva de deputados do PSL, que foi a China. Este caso é um pouco mais grave, mas nem por isto de urgente correção. Dois equívocos em um só ato, a ida a um país a convite de um partido comunista e também o assunto que se propuseram estudar no referido país. À primeira vista é abominável mesmo. Entregar o nosso sistema de identificação individual a um sistema elaborado pelo inimigo, é no mínimo perigoso e também a extemporânea viagem de parlamentares do partido do presidente a um país que em nada abona o discurso feito pelo candidato. Mas as explicações devem ser dadas e ouvidas. Não aceitas existe a possibilidade de retratação. Também não feitas, daí sim, vamos dizer a eles, tudo o que eles devem ouvir.

Dois fatos que, mesmo não sendo catastróficos, depõe contra, um ao bom andamento do governo e outro contra a moral. Repito que não podemos criar problemas onde eles, ainda não existem. O primeiro diz respeito a viagem dos parlamentares a China. O motivo é suspeito e a explicação mais ainda. Motivo: ensinar como se administra uma ditadura em um país; explicação: foram as custas do governo chinês, o que é pior ainda. Não façamos terra arrasada sobre isto, mas que não tem nada de simpático, ah isto não tem. Aguardemos as consequências da referida visita. O segundo foi o caso que nada tinha de interessante e desabonador, que foi transformado em um monstro. Falo no deputado Flavio, que agora é senador eleito, invocar o foro privilegiado para que o seu motorista não seja investigado. Ora, assim como eu defendo o não envolvimento de um empregador sob o que faz o seu funcionário com o dinheiro que lhe foi pago, seria incoerência minha agora apoiar este tipo de solicitação, mas também teremos que aguardar a explicação do porque desta ida ao Supremo. É menos de um mês de governo, nada afetando diretamente a presidência, mas que tenham cuidado os novos ocupantes do novo governo para não dar munição aos adversários e até alguma aos oportunistas.

Existem dentro da esquerda brasileira, muitos que foram cooptados para servirem de boi de piranha ou mesmo bucha de canhão. São elementos voluntariosos, mas com muito pouca capacidade intelectiva, com pouca visão de mundo e facilmente convencidos. Também estes pobres coitados são desvalidos e, como precisam de recursos, adere a qualquer causa por migalhas. Assemelham-se a um gato que tu atas uma corda com uma lata em seu rabo, e ele sai em desenfreada disparada, correndo sabe-se lá do quê. No caso da política, mostram para estes néscios a manchete de um jornal, com qualquer infâmia e ele já sai difamando o elemento que é a vítima da mentira. Vejam o caso do Flavio Bolsonaro. Ao seu assessor, foi atribuído movimentos atípicos, este caso já foi levado ao deputado que o pagava, que recebeu dezenas de pequenos depósitos e que também teve um valor vultoso depositado em sua conta, em dinheiro vivo, já pediu foro privilegiado, e pronto. Assumiu a culpa. É culpado. Tem que ir preso. É assim que funciona a cabeça de um boçal revolucionário do século XXI. Cada um dos fatos está sendo ou desvinculado do filho do presidente, ou esclarecido, um a um do porque da sua existência. Os provocadores do tumulto todo sabem muito bem que é tudo, ou quase tudo mentira. Muitos pagarão pelo crime de difamação e calúnia, mas quem serão? Os idealizadores? Claro que não. Serão os infantes, os cordeiros, bois de piranha e bucha de canhão. Esta gente não tem o mínimo senso de piedade e nem de remorso pelo mal que causarão, justamente àqueles que lhes foram úteis. Gente infame estes, e estúpidos aqueles.  

Afonso Pires Faria, 21.01.2019.

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