Nos primeiros
dias de setembro, não tinha ainda nem uma braça de sol e eu encontro no “povo”,
um sujeito a cavalo, pilchado e garboso. O cavalo bem encilhado e ele de lenço
branco no pescoço, um chapéu de abas largas, barbicacho e bombacha bem larga.
Um autêntico homem do campo. Mas no “povo”, àquela hora!!! Já me veio a maldade
na mente. Este sujeito dormiu nas “primas”. Quando me aproximei do sujeito,
mais ou menos à “tiro de laço”, percebi que deveria ter uma idade aproximada de
seus cinquenta e muitos anos de idade, pois ostentava sublinhando o nariz, um
bigode num misto de branco e amarelado pela nicotina do palheiro. Não resisti,
olhei para ele e: “buenas”, o índio retribuiu o cumprimento empurrando para
cima, com o dedo indicador, a aba do seu chapéu. Arrisquei “inticar” com o
gaudério. Olhando para ele, bem montado no seu pingo perguntei: dormiu nas
primas companheiro? O índio levou um susto, arregalou os olhos, se tapeou no
rosto como que a limpar algum vestígio, olhou para a gola da camisa, para os
punhos e mangas e devolveu a pergunta com outra: to com alguma marca de batom
ou alguma marca suspeita? Eu dei uma risadinha e lhe tranquilizei: não meu
amigo, é que eu também fui criado para fora e quando ia para a cidade e me
perdia na hora, volta e meia amanhecia em cama alheia e tinha que voltar para
casa, mais ou menos neste horário, pode ir para casa tranquilo que vestígio
aparente “no hay”. O sujeito, com o indicador e o polegar, tenteou o chapéu
pros olhos, esporeou o pingo e saiu a trotezito no mais rumo ao rancho. Como se
explicou em casa não sei. Nem se tinha alguma explicação a dar para alguém, mas
um susto ele levou.
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