sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

PARA JUSTIFICAR A OUTRA.



               Centenas de pessoas são assassinadas no Brasil, por mês. A maioria destes crimes fica impune devido a falta de recursos para quem deveria fazer a investigação, ou por falta de vagas no sistema prisional do nosso país. Os presídios existentes estão abarrotados de elementos de alta periculosidade, mas alguns nem tanto. Se ficasse restrita a privação de liberdade somente para presos que, soltos, representassem um perigo a sociedade, a lotação carcerária seria reduzida. Somado a isto uma legislação mais justa, evitaria que muitos lá estivessem, pagando por crimes que não cometeram, ou que se o fizeram, a pena poderia ser outra bem menos onerosa para o Estado, mais penosa para o infrator e mais justa. Um preso custa em média mais caro do que um universitário para o governo. Neste custo está incluso uma possível remuneração a família do apenado caso ocorra algum acidente durante o tempo em que este estiver sob a custódia do Estado. Muitas leis são feitas com o propósito de que se inverta a razão das coisas quando se refere a crime e castigo. Quem deve punir e quem deve ser punido tem muitas vezes a sua lógica totalmente invertida. Assim foi, por exemplo, no caso da indenização dos guerrilheiros que tentaram substituir o governo militar, por uma ditadura do proletariado, pegaram em armas para isto, cometeram assassinatos em nome da causa, e hoje são polpudamente indenizados por não terem logrado êxito na empreitada. Para que se chegasse a este nível de absurdo, foi necessária a criação de outras tantas leis que beneficiassem não somente estes criminosos, como outros também, a fim de se justificar esta infâmia. Agora, chegou a hora de aplicar para outros, que não os presos políticos, as leis criadas para justificar aquela, e a sociedade fica estupefata quando de sua aplicação. Se, é injusto termos que indenizar criminosos de alta periculosidade pelo fato do ente que estava responsável por eles não ter tido o cuidado que a lei exige, deveriam, estes mesmos, ficar também indignados com as indenizações aos criminosos que se beneficiaram com a lei que deu origem a tantas outras para que se possibilitasse a sua implementação. Isto sem contar que o valor pago a estas últimas vítimas, é infinitamente menor do que auferiram os primeiros e de caráter único, ao contrario de muitos guerrilheiros que receberam além da bolada, parcelas ad eternum, pelos crimes cometidos. Se vale para uns, porque não seria aplicado para os outros? 

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