Um pouco de coerência, não faz
mal. Vejam quantos paradoxos existem tanto nos que defendem ou criticam
qualquer governo. Lula se queixa do autoritarismo de um juiz e viaja a Cuba
para prestar homenagem a um ditador sanguinário. Os defensores do atual governo
criticam Renan, mas ao mesmo tempo o bajulam porque necessitam dele para o
“serviço sujo” de aprovar os “pacotes de maldades”. Os oposicionistas que eram
ferozes opositores a Cunha, não são tão corajosos assim contra Renan. Os gays,
nunca se sentiram excluídos do governo durante os 13 anos de mandato do PT por
não ter nenhum ministro defensor da causa e nem por isto deixaram de apoiar
este partido. A comunidade branca de olhos azuis, não fica a reivindicar que
alguém da raça negra seja incluído na lista da lava jato, e nem mesmo a
comunidade gay se sente excluída de lista. Os sindicatos, tão defensores dos
direitos, só pensam no presente e não colocam a mão na consciência para pensar
nos filhos dos privilegiados hoje com tantas benesses, que serão pagas pela
geração futura. Confundem privilégios com direitos sem se ruborizarem com isto.
Os que defendem a reforma da previdência, sequer mencionam nos cálculos que as
receitas não são somente advindas das contribuições. Fanatismo é fogo.
“O povo que não conhece a sua
história estará condenado a repeti-la”. A frase repetida por muitos
personagens, inclusive Guevara, é atribuída originalmente a Edmund Burke. Temo
que ele tenha razão, pois estamos vivendo no nosso país o que Wanderley
Guilherme dos Santos classificou como “paralisia decisória” o período pós 1961.
Um governo fraco e pendular, com uma oposição raivosa que o impedia de agir. O
final da história só se deu em fins de março de 1964. Os tempos eram outros e
os relacionamentos interpessoais e entre as nações também eram diferentes dos
de hoje. O que era comum para a época em países de democracia nascente, hoje
seque é admitido, ainda mais em um regime já consolidado. Poucos gramas de
precaução podem nos poupar toneladas de arrependimentos no futuro. Se os três
poderes, criados para que a República funcione em harmonia, não souberem se
comportar dentro de suas limitações, e no seu interior não houver sensatez a
história pode sim, vir a repetir-se.
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