sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A VOLTA.

               Não é só o nosso país que sofre dos maus humores impostos a sua população. O mundo todo ora tende para um lado ora para outro. Tivemos durante toda a existência da humanidade períodos de barbáries e outros de relativa paz. Tivemos também épocas em que predominou no mundo os regimes fortes e ditatoriais para depois haver uma democracia a dominar os povos. Os ciclos se repetem, mas não sempre com a mesma intensidade, tanto as ditaduras como as democracias apresentam-se travestidas de formas de governos ora mais duro, ora mais complacente. No Brasil também experimentamos alguns períodos de governos mais ditatoriais e mais tendendo as liberdades democráticas. Vargas governou tanto em uma como na outra. Em um dos períodos obteve mais sucessos, progressos e reconhecimento popular. O período em que nosso país esteve submisso a um regime com menos liberdade, coincidentemente foi o que houve maior desenvolvimento. Não quero com isto defender que somente com perdas de liberdades é que o país cresce, houve apenas uma coincidência. A plena liberdade de um povo é um Ideal a ser seguido pelos governantes de qualquer país do mundo, mas penso que esta deve ser exercida com responsabilidade, sem isto tendemos a regredirmos em nosso comportamento e transformamos o que é perseguido em uma libertinagem. Não temos mais governo e isto é sabido. Aqueles que estão no timão da nossa nau batem cabeça e são reféns de seus crimes. Tiramos um governo populista e corrupto para colocar no seu lugar um governo austero, mas igualmente envolvido em ações não menos prejudiciais ao país do que os que foram tirados do poder. A mudança do populismo pela austeridade não está sendo suficiente para atender os anseios do povo. Este clama por uma coisa que o governo não pode lhes dar. Estamos diante de um impasse que necessita de uma ação urgente. A ditadura Vargas não foi igual ao regime militar. O governo Jango, não foi também o mesmo que o período do PT no poder. Embora ambos tenham sido governos de exceção e populistas respectivamente, com o tempo estas peculiaridades foram abrandadas. Se tivermos agora um governo com características menos populistas, certamente será mais branda do que a anterior. Penso que é o que estamos não só precisando como estamos prestes a presenciar. Não existe outra forma de organizar o que aí está posto. O excesso de democracia fez muito mal ao nosso país. Que ela volte após um breve período, mas de forma mais branda e com menos populismos e promessas vãs a um povo ignorante. 

2 comentários:

  1. Caro Afonso,
    Mui interessante o conceito de substituição do populismo pela austeridade (ambos irmanados, porém, na prática da rapinagem ao erário público).
    Igualmente me parece densa a reflexão acerca da relação desenvolvimento-liberdade. Penso que temos um arcabouço jurídico e político alienígena, tão moldado para as sociedades liberais quanto estranho à psiquê brasileira.
    Discordo em um ponto (1964 e o desenvolvimento): foi durante o Império o período de maior prosperidade que o Brasil conheceu.
    Abraços para o amigo.

    Marcos Quadros

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  2. Mas eram outras épocas. Mas a mais pura verdade. E quem sabe um dia, sonhar não custa, poderemos voltar ao período máximo do nosso crescimento outra vez.

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