Quando eu digo que não sou a favor do
impeachment da presidente Dilma, não quer dizer que eu concorde com os que
dizem que isto é um golpe. Não é. Se fosse, teria sido também o do presidente
Collor e isto os atuais governistas mais do que saúdam, veneram. Acham que foi
a coisa mais bem feita na república, festejam e cantam loas para o fato. Porque
o mesmo ato aplicado a atual presidente, que cometeu crimes muito mais
explícitos e magnânimos do que o do anterior deve ter uma classificação
diferente daquele. Também não sou partidário daqueles que acham que tem que
deixar o governo sangrar até 2018 para lá dar-lhe o troco nas urnas. Penso que
o troco tem que ser dado sim nas urnas, mas já em 2016 quando das eleições para
vereadores e prefeitos. Qualquer voto dado a qualquer partido da dita “base
aliada” é ponto para o PT. É assim que vai ser feita a leitura, assim que se
computarem os votos. O PT, pode ter diminuído o número de prefeitos e edis, mas
a base aliada, aqueles que lhe presta o nome para executar o serviço sujo,
estes foram inocentados do ato infame. E seguira o partido do atual governo,
mesmo com a minoria, pondo os seus asseclas a fazer o serviço no qual ele não
pode sujar as mãos. Mais uma retirada de presidente do poder e se enfraquecerão
as instituições e isto não é bom para o país. Pode ser horrível para o PT, mas
é muito pior, à longo prazo, para o Brasil que será visto lá fora como uma
republiqueta de bananas. Fiquei filiado por muito tempo em um partido da base
aliada, ouvindo o argumento de que o partido, aqui no estado, é diferente. Nós
combatemos o governo federal. Sim, combatiam mas recebiam verba do conglomerado
para se eleger, fechando os olhos para a origem de tanto dinheiro. Não se
enganem pensando que um deputado, um prefeito ou um vereador, por ser voz
destoante de toda a manada, vai representar alguma coisa em termos de decisão.
Quando for uma matéria importante o voto é decidido pela liderança, e esta será
tão mais representativa quanto o número de votos que sua bancada recebeu,
independente de existir, um, quatro ou dez deputados em desacordo com o seu
líder. Não se deixem iludir com falsos argumentos de partidos que ajudaram o
atual governo a cometer os mal feitos que hoje afloram nas páginas de jornais,
ora na coluna de política, ora na policial. Eles fizeram, estão fazendo e farão
novamente. “Cachorro que come ovelha, só que mate”.
Afonso Pires Faria,
23 de outubro de 2015.
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