DOUTOS IGNORANTES.

O povo está tão idiotizado que aceita qualquer tese que seja politicamente correta e/ou que atenda os seus anseios. Alguns axiomas que se aplicam perfeitamente a alguns casos passam a ser considerado como válidos para todos os demais. Maquiavel em seu clássico “O Príncipe”, teria deixado implícito de que os fins justificariam os meios. No contesto utilizado por ele, os males cometidos pelos detentores do poder para alcança-lo eram plenamente justificáveis por ele ter atingido o seu objetivo final; o poder. Passou-se assim a considerar-se que todo e qualquer meio que se utiliza, é nefasto para se atingir  qualquer finalidade, pois este, originalmente era um objetivo pueril. Mas nunca se considerou a possibilidade de o fim a ser atingido fosse grandioso e benigno. A engenharia social passou a considerar então, todos os meios que atingissem o fim, como se fossem prejudiciais e antiéticos. São inúmeros os casos de corruptos serem flagrados com o produto do roubo e as provas serem invalidadas pelo simples fato de o horário do flagrante ter extrapolado em minutos a hora permitida para a sua efetivação. Tudo em nome de um provável possível abuso de autoridade. O malfeitor estará sempre protegido por uma brecha no infinito cabedal de leis que protegem o cidadão, dito de bem. A operação Lava Jato tem como fim único e exclusivo o combate ao crime, crimes estes que tem prejudicado imensamente o progresso dos menos aquinhoados para enriquecimento dos mais poderosos. Pratica esta que sempre foi utilizada no país, mas que vinha em um crescimento exponencial. Pois para combater os que nada atem a perder, fica muito difícil, para não dizer impossível se forem utilizadas somente atitudes comparáveis a de anjos. Pois algumas conversas, consideradas suspeitas entre um juiz de uma força tarefa e um promotor, foram vistas como crimes hediondos, pura e simplesmente por serem os meios utilizados para se chegar ao fim proposto que era a condenação de um bandido da mais alta periculosidade. Pois o acessório foi visto como mais importante do que o principal. Fico muito preocupado com o futuro de uma nação que tem uma grande parte do seu povo sem a menor capacidade de discernimento entre o que é o bem e o mal, mas acha muito importante que os meios nunca sejam utilizados para se combater um fim, mesmo que este seja o bem de toda uma nação. Estas formas enviesadas de se ver as coisas somente foram possíveis graças a pseudo educação instituída nos meios acadêmicos. Existe na população uma massa de analfabetos funcionais com diplomas que lhe conferem o direito de cometerem insanidades doutorais.

Afonso Pires Faria, 12.06.2019.