É inegável a existência na face da terra de pessoas que somente
veem na floresta, lenha para fogueira. Fosse esta, para aquecer algumas pessoas,
seria perdoável, mas não. A fogueira por muitos idealizada é para aquecer a si
próprio ou para destruir o bem construído por outros. Se existe isto na
humanidade em relação a pessoas, existe também em relação a ideias. Algumas
religiões, tem como mote destruir todo aquele que pensa diferente de si,
tratando-o como infiel, inimigo. Para o caso político não é muito diferente.
Alguns elementos, no desespero de amealhar para si o máximo possível, não se
importam com o mal que com isso, causa aos demais partícipes do seu meio.
Sempre com um discurso falso de que está procurando o bem dos seus semelhantes,
estes ninguém mais são dos que os seus e ele próprio. Pouco interessa se o monte
é suficiente para satisfazer as necessidades básicas e de algum conforto. O
objetivo não é só material, mas também de poder. De poder ilimitado e que
despreza o seu semelhante. São poucos àqueles que se dispõe a sacrificar parte
de sua existência para se dedicar a uma causa nobre. Quantos foram os exemplos,
conta-se nos dedos de uma mão, se considerarmos toda a humanidade. Mas em
algumas comunidades, encontra-se facilmente pessoas abnegadas que dedicam parte
do seu tempo para atender o seu bairro e alguns vereadores e prefeitos a fazer
prosperar a sua cidade. O número e volume de pessoas com esta índole, vai
diminuindo proporcionalmente ao tamanho da população e do território que
abrange sua atuação. Veja agora o caso do atual presidente que já demonstrou
seu grande desprezo aos bens materiais e, pelo menos até agora a um projeto de
poder também. Mesmo sabendo do risco que corria ao contrariar o establishment,
se arriscou e quase perdeu a vida por isso. Não desistiu e segue tentando
salvar o nosso país das mazelas causadas a ele nos últimos 21 anos de governos
com fins evidentes de servir a uma causa muito maior do que o atendimento de
uma nação. É tosco o nosso presidente? É. Assim como inábil para lidar com os
pleitos dos vários seguimentos que necessitam de urgente atenção. Mas existe
dificuldade se não impossibilidade de seguir a dois senhores concomitantemente.
Os problemas do Brasil na atualidade são profundos. Foram mais de duas dezenas
de anos com árduo trabalho para se construir o que aí está posto. O mal maior
só ainda não foi causado porque o tempo gasto para isso foi dividido entre
efetivação do trabalho e a construção de alicerces para que, em um eventual
afastamento do poder, ele frutifique através de sementes que foram plantadas no
longo do caminho. Destas sementes, a mais perigosa foi a incapacitação do povo
de reagir, tanto física como intelectualmente. Desarmando e desinformando,
respectivamente. Com um discurso fácil de atender as classes mais pobres, não
fizeram isso sem servir avultadamente os mais ricos primeiramente, como também
criaram uma luta de classes para impedir que se desgarrassem do rebanho, os que
foram parcamente atendidos. Existem dois elementos que bem representam os dois
lados ideológicos do nosso país. Ambos, a meu ver, abnegados pela causa e
agindo sem fins pessoais. Falo de Bolsonaro e José Dirceu. Qualquer pessoa que
se dedique a estudar a conjuntura do nosso país, seja durante toda a república,
seja durante e após a era Vargas ou a nova situação pós 1988, saberá distinguir
perfeitamente quem são uns e outros. Os de direita, os de esquerda, os
patriotas, os entreguistas, os esquerdistas patriotas e entreguistas e também
os de direita patriotas e entreguistas. Poderia eu aqui ficar criando e
mesclando os vários representantes de políticos do nosso país, mas me ative
apenas a estes. Estamos em uma encruzilhada. Ou salvamos o país aceitando
sermos governados pelos que foram eleitos pelo povo, ou retrocedemos e seguimos
os caminhos que estávamos. Não condeno quem escolha um ou outro. Apenas
gostaria que todos tivessem ciência de que eles são diametralmente opostos e
que existe sim, segundo meu ponto de vista, um risco de enveredarmos para um
governo que se torne impopular, mas isto eu creio que é um risco e não uma
certeza. A certeza para mim está em que a sequência do governo anterior era o
de se tornar cada vem mais popular, mas no pior sentido que esta palavra
represente. Seria um governo que já foi testado várias vezes e com fracassos
com consequências cada vez mais desastrosas. Espero ter deixado transparente a
minha parcialidade, mas que não tenha sido tão parcial que descontextualize o
que, de fato é, a situação que vive o nosso Brasil nestes períodos.
Afonso Pires Faria, 20.05.2019.
Muito bem colocado Afonso. Acho que é isto mesmo que está acontecendo. Sao idiotas e traidores da Pátria, tudo em razão do poder a qualquer custo.
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