segunda-feira, 20 de maio de 2019

INIMIGO NA TRINCHEIRA.


É inegável a existência na face da terra de pessoas que somente veem na floresta, lenha para fogueira. Fosse esta, para aquecer algumas pessoas, seria perdoável, mas não. A fogueira por muitos idealizada é para aquecer a si próprio ou para destruir o bem construído por outros. Se existe isto na humanidade em relação a pessoas, existe também em relação a ideias. Algumas religiões, tem como mote destruir todo aquele que pensa diferente de si, tratando-o como infiel, inimigo. Para o caso político não é muito diferente. Alguns elementos, no desespero de amealhar para si o máximo possível, não se importam com o mal que com isso, causa aos demais partícipes do seu meio. Sempre com um discurso falso de que está procurando o bem dos seus semelhantes, estes ninguém mais são dos que os seus e ele próprio. Pouco interessa se o monte é suficiente para satisfazer as necessidades básicas e de algum conforto. O objetivo não é só material, mas também de poder. De poder ilimitado e que despreza o seu semelhante. São poucos àqueles que se dispõe a sacrificar parte de sua existência para se dedicar a uma causa nobre. Quantos foram os exemplos, conta-se nos dedos de uma mão, se considerarmos toda a humanidade. Mas em algumas comunidades, encontra-se facilmente pessoas abnegadas que dedicam parte do seu tempo para atender o seu bairro e alguns vereadores e prefeitos a fazer prosperar a sua cidade. O número e volume de pessoas com esta índole, vai diminuindo proporcionalmente ao tamanho da população e do território que abrange sua atuação. Veja agora o caso do atual presidente que já demonstrou seu grande desprezo aos bens materiais e, pelo menos até agora a um projeto de poder também. Mesmo sabendo do risco que corria ao contrariar o establishment, se arriscou e quase perdeu a vida por isso. Não desistiu e segue tentando salvar o nosso país das mazelas causadas a ele nos últimos 21 anos de governos com fins evidentes de servir a uma causa muito maior do que o atendimento de uma nação. É tosco o nosso presidente? É. Assim como inábil para lidar com os pleitos dos vários seguimentos que necessitam de urgente atenção. Mas existe dificuldade se não impossibilidade de seguir a dois senhores concomitantemente. Os problemas do Brasil na atualidade são profundos. Foram mais de duas dezenas de anos com árduo trabalho para se construir o que aí está posto. O mal maior só ainda não foi causado porque o tempo gasto para isso foi dividido entre efetivação do trabalho e a construção de alicerces para que, em um eventual afastamento do poder, ele frutifique através de sementes que foram plantadas no longo do caminho. Destas sementes, a mais perigosa foi a incapacitação do povo de reagir, tanto física como intelectualmente. Desarmando e desinformando, respectivamente. Com um discurso fácil de atender as classes mais pobres, não fizeram isso sem servir avultadamente os mais ricos primeiramente, como também criaram uma luta de classes para impedir que se desgarrassem do rebanho, os que foram parcamente atendidos. Existem dois elementos que bem representam os dois lados ideológicos do nosso país. Ambos, a meu ver, abnegados pela causa e agindo sem fins pessoais. Falo de Bolsonaro e José Dirceu. Qualquer pessoa que se dedique a estudar a conjuntura do nosso país, seja durante toda a república, seja durante e após a era Vargas ou a nova situação pós 1988, saberá distinguir perfeitamente quem são uns e outros. Os de direita, os de esquerda, os patriotas, os entreguistas, os esquerdistas patriotas e entreguistas e também os de direita patriotas e entreguistas. Poderia eu aqui ficar criando e mesclando os vários representantes de políticos do nosso país, mas me ative apenas a estes. Estamos em uma encruzilhada. Ou salvamos o país aceitando sermos governados pelos que foram eleitos pelo povo, ou retrocedemos e seguimos os caminhos que estávamos. Não condeno quem escolha um ou outro. Apenas gostaria que todos tivessem ciência de que eles são diametralmente opostos e que existe sim, segundo meu ponto de vista, um risco de enveredarmos para um governo que se torne impopular, mas isto eu creio que é um risco e não uma certeza. A certeza para mim está em que a sequência do governo anterior era o de se tornar cada vem mais popular, mas no pior sentido que esta palavra represente. Seria um governo que já foi testado várias vezes e com fracassos com consequências cada vez mais desastrosas. Espero ter deixado transparente a minha parcialidade, mas que não tenha sido tão parcial que descontextualize o que, de fato é, a situação que vive o nosso Brasil nestes períodos.
Afonso Pires Faria, 20.05.2019.


Um comentário:

  1. Muito bem colocado Afonso. Acho que é isto mesmo que está acontecendo. Sao idiotas e traidores da Pátria, tudo em razão do poder a qualquer custo.

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