Quanto mais o Estado se agranda, mais dependente dele se torna o
seu povo. Quanto maior a dependência, maior a subordinação, e as possibilidades
de corrupção se avolumam. Também fica o povo mais a mercê da cobrança de taxas,
contribuições, impostos e demais valores que lhes são subtraídos em nome de
possíveis futuros benefícios que nem sempre são destinados a si e nem sequer a
população que dele, de fato, necessita. A movimentação de imensos volumes pelos
escaninhos da burocracia é um convite explícito ao desvio. Sempre fui contra o
Estado se imiscuir em áreas que não são de sua competência e que outro ente
poderia, com melhor eficiência efetuar. Mesmo em áreas como a saúde, em que o
governo deve atuar, pode ter sua atuação simplificada e barateada com simples
medidas desburocratizadas. Se o atendimento hospitalar gratuito fosse exclusivo
de eventos involuntários e não provocados, os prontos atendimentos teriam maior
eficiência. Um acidente automobilístico em que o seu condutor foi vítima de uma
fratura por não estar se utilizando do cinto de segurança, seria cobrado do
paciente a contrapartida pecuniária, pois foi ele o responsável pela lesão. Mas
não, o governo prefere multar o motorista que não se utiliza do equipamento,
pela presunção de que se se acidentar, terá o ônus revertido ao erário público.
Duvido que as multas aplicadas superem os custos gratuitos dos atendimentos
hospitalares e a burocracia necessária para fiscalização. É o Leviatã cada vez
mais nos colocando cabresto, e nós achando que estamos sendo protegidos por
ele.
A
preguiça é a causa dos atalhos. Temos pouca paciência para esperar os
resultados, por isto procuramos os atalhos, ou seja, o jeitinho, e por aí
começa a corrupção no nosso país.
Afonso Pires Faria, 29.07.2017 -
C
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