domingo, 28 de junho de 2015

ENXUGANDO GELO.

  
                            É difícil acreditar de que um apenado não volte a delinquir somente porque foi mal tratado no presídio em que foi colocado pela prática do seu delito. A reincidência no crime é causada pela não punição. O elemento é detido, vai para a delegacia e constata-se que não há vagas para mantê-lo recluso. O crime que ele cometeu não foi de alta periculosidade e ele é soldo. A leitura que o meliante faz do fato é que “não da nada” e volta a delinquir em crimes cada vez mais graves, até que finalmente fica preso. Não é um lugar agradável um presídio. O recluso é jogado em um local menos digno do que de alguns animais, não é feito triagem para evitar que se misturem presos de alta e baixa periculosidade, e o elemento sai da prisão “escolado” e revoltado com o tratamento que recebeu, com isto volta ao crime. Não sou defensor de um tratamento de luxo para os presos, mas sim de um tratamento no qual ele cumpra uma pena pela qual foi condenado: privação da liberdade, e não da dignidade. E que não se confundam as coisas. O cidadão que está preso, não deixa de ser um cidadão e está sob a responsabilidade do estado. Todo e qualquer mal que ele sofra na prisão, é de culpa do estado, única e exclusivamente. Portanto senhores governantes, tratem de fazer presídios, para abrigar todos os que delinquem para dar segurança a população de bem. É o transgressor que tem de ser privado da liberdade e não o cidadão, que nada fez para ter que ficar trancafiado dentro de casa, com medo de sair às ruas. O agente de segurança está desmoralizado, pois prende o delinquente diversas vezes pelo mesmo crime em um curto espaço te tempo. Segundo as estatísticas, no RS, nos três últimos anos, cinquenta e três presos foram detidos mais de setecentas vezes. Isto causa uma sensação de permissividade ao criminoso, uma verdadeira licença para delinquir. Volto a afirmar que não adianta aumentar o número de agentes agindo, se estes estão fazendo, na realidade um retrabalho ou enxugando gelo.

Afonso Pires Faria, junho de 2015.

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