Só duas coisas explicam um sujeito que
é preso por desvio de recursos ser aplaudido entusiasticamente por uma
unanimidade. Ele tem que ser muito bem tratado para não se incomodar e não se
sentir excluído. Ainda tenho ecoando em meus ouvidos as palavras do então
candidato Lula dizendo que o PT é um partido que não rouba e não deixa roubar.
Mas como explicar o aplauso ao seu tesoureiro, se este esta na cadeia? Pois
Gilberto Carvalho deu outro motivo, que não o medo de que ele preso, fale o que
não deve. Ele esta preso por falsos moralistas e o PT tem que seguir a sua
ética. São dois motivos e cada qual mais horripilante que o outro. Mas, levando
em conta que quem aplaudiu foram militantes pagos para estarem no evento, não
podemos dizer que houve alguma surpresa no fato.
Tu que estás no mundo sem
ter sido desgraçado por Deus pela perda de um filho, deves agradecer todos os
dias.
O ministro da previdência, em
entrevista a rádio gaúcha, deixou evidente que a criação do fator
previdenciário foi um erro. Mas não que ele tenha sido maléfico ao trabalhador e
sim a instituição. O índice de redução do salário do aposentado, não impediu
que houvesse aposentadorias precoces e somente reduziu o valor a ser pago ao
aposentado. Melhor seria ter, de fato, impedido que o trabalhador deixasse de
trabalhar tão cedo. O remédio deveria ser mais amargo do que foi. Agora a
presidente está com um grande problema na mão, ou veta e salva a previdência ou
sanciona e salva o partido.
As chamadas políticas
afirmativas, criadas por leis para beneficiar uma parcela da população são
sempre vistas com bons olhos pelo povo. Cria-se passagem gratuita nos fins de
semana, isenção de impostos para quem tem dificuldades, faz-se vistas grossas
para os “gatos” de energia elétrica, subsidia-se imposto para determinada
classe social e por aí vai uma gama de “benefícios” concedidos pelo poder
público ao “povo”. Mas é justamente esta
população beneficiada pelos governantes de plantão que reclamam da falta de
qualidade no atendimento no posto de saúde, pela falta de segurança nas ruas e
o descumprimento de outros vários serviços mais essenciais, que deveriam ser
prestados à população. O problema é enfiar na cabeça destes reclamantes, que o
dinheiro que falta para fazer estes atendimentos está sendo gasto no
fornecimento de outros benefícios, que muitas vezes não são tão necessários e
que são privilégios somente a uma parcela de pessoas.
Afonso Pires
Faria, junho de 2015.
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