Daí tu acordas de manhã com um gosto de cabo de guarda-chuvas na boca,
uma ância de vômito e uma dor de cabeça, tudo em volta está girando, levanta da
cama e vai beber um copo d’água, na metade regurgita um líquido meio
esverdeado, suja toda a cozinha. A dor de cabeça aumenta e o estômago embrulha
novamente ao tu tentares comer algo. Ao olhar o relógio notas que já passa das
nove horas. Pronto, perdeu a hora e não foi trabalhar. Um amigo liga e te
informa do que fizestes na noite anterior e tu tens vontade de morrer de
vergonha. Não, não é possível que eu tenha feito tudo isto, e ainda por cima
esta ressaca. Tu lembras vagamente que, para mostrar para os outros
participantes da festa que eles eram fracos e que tu eras forte, tomastes bebidas
heterodoxas. Quando alertado de que os efeitos seriam devastadores, respondeu
que seria apenas uma marolinha. Não foi. Dói tudo, a cabeça o estômago e um
corte no braço que tu nem sabes a causa. Esqueceu, mas prometeu nunca mais
fazer estas bobagens. Todos os outros te alertaram que não valeria a pena. Tu
mesmo, de certa forma, sabias das consequências, mas estavas divertindo os
outros que te observavam e alguns até estimulavam a tua irresponsabilidade,
mesmo sabendo que te arrependerias depois. Agora arrependido, as dez horas da
manhã, tonto com fome e com sede promete e jura: nunca mais faço estas
loucuras, não valeu a pena. Em casa o dia todo, só se recuperou à noite quando
saiu novamente para a rua, passou pelo mesmo bar e encontrou os mesmos
frequentadores. Olhou, pensou e.... Bom isto só se vai saber em 2018. Vamos
tomar outro porre ou vamos capitular as tentações de sofrermos dolorosas e
longas torturas por um pequeno período de demonstração para os outros, de que
somos diferentes? Qualquer semelhança com os acontecimentos pretéritos e
presentes da nossa pátria, não é mera coincidência.
Se terminarmos com o fator previdenciário os gastos com o pagamento de
aposentados vai aumentar não é mesmo? Se não aumentarmos a contribuição para o
fundo de aposentadoria, de onde vai sair o dinheiro para pagar mais aos
aposentados? Do governo não é mesmo? E de onde o governo tira dinheiro para
cobrir o rombo da previdência? De impostos não é mesmo? E quem paga impostos?
Acho que tem gente que pensa que o dinheiro do governo vem de algum outro
planeta do sistema solar ou que dá em árvores, pois não cansa de clamar por
mais benesses com o dinheiro público. O governo dá com uma mão e tira com duas,
portanto quando ele beneficia o povo com uma parte, logo lhes é subtraída duas.
E uma vai para o bolso dos corruptos. Quanto maior o Estado, mais ele custa ao
povo. Será tão difícil entender isto?
Quando um governo responsável gasta todos os seus recursos em
investimentos para melhorar as condições do país e não lhes sobra verba para
atender aos pleitos sociais, acho válido que a sociedade participe em ações
voluntárias para atender os mais necessitados. Mas existem governos que nos
extorquem 40% de tudo o que produzimos, não investe em quase nada de melhorias,
senão para o seu próprio benefício, e ainda vem nos pedir para contribuirmos
com auxílios para os carentes. É justo isto? Ou estamos contribuindo cada vez
mais com os “mal feitos”, uma vez que estamos fazendo aquilo que era da
responsabilidade dos que arrecadam?
O pior do que tu considerar uma
pessoa inferior do que a outra, pondo-a em condições mais favoráveis, para que
possa alcançar os mesmos objetivos, é tu
ainda convencê-la disso.
Afonso Pires Faria, junho de 2015.
“A burguesia é muitas vezes mais forte do que
nós. Conceder-lhe a arma da liberdade de imprensa é aliviar a causa do inimigo,
ajudar o inimigo de classe. Nós não desejamos nos suicidar, então não faremos
isso.” Vladimir Ilyich Lenin
Meu presado Amigo Afonso, meus parabéns por tuas excelentes palavras no conteúdo e tua crônica a respeito da ressaca comparativamente a nossa políticagem atual. Perfeito, não é mera coincidência é a realidade.
ResponderExcluirAbraços.
Dilson