A MÃO GRANDE E SUFOCANTE DO ESTADO.
A
criação do Estado se fez necessária para evitar que os homens agissem sem
nenhum controle assim criando uma desigualdade entre os mais fortes e os mais
fracos, ou que um número maior de indivíduos, indiscriminadamente impusesse a
sua vontade sobre os demais. Sugue o Estado como poder moderador e
disciplinador da sociedade. É ótimo que exista um ente que controle os impulsos
humanos, ao contrário estaríamos vivendo em um mundo de barbárie. O problema
surge quando este ente se imiscui em setores que seria perfeitamente
dispensável a sua atuação. Toda a vez que uma atitude minha estiver
prejudicando a vida de outro, deverá surgir o Estado para mediar a situação
evitando assim que haja prejuízo para uma das partes. Mas quando a regulação
nada tem a ver com terceiros e a minha ação, se efetuada, não causa a ninguém
nenhum dano, e poderá eventualmente causar algum prejuízo somente a mim, eu
pergunto qual a necessidade da intervenção da autoridade neste sentido? A
sociedade esta pagando um fiscal para evitar algo que nada lhe diz respeito na
sua coletividade. O uso do cinto de segurança em um automóvel é uma destas
atitudes. A alegação de que a sociedade tem prejuízo com mortes de condutores
que não estão utilizando o referido equipamento a meu ver não se sustenta,
bastaria ser excluído de qualquer benefício o cidadão que, em caso de morte ou
invalidez, comprovadamente estaria salvo se tivesse dentro das normas impostas
pelo Estado. Ficaria assim o cidadão livre para escolher se prefere morrer
jogado para fora do carro ou amassado, queimado ou afogado pelo fato de, no
momento do acidente, não ter podido se livrar das amarras do cinto que lhe traz
segurança. Outro excesso de zelo do Estado para com o cidadão é o extintor de
incêndio. Sou obrigado a proteger meu carro com o que há de mais moderno em
matéria de extinguir incêndio, sendo que o número de ocorrências deste tipo,
com a modernização dos automóveis, torna-se cada vez menos frequente. Na
contramão vem a lei obrigando a modernizarmos cada vez mais na aquisição destes
acessórios inúteis. Inúteis sim, ou alguém já viu a utilização de um extintor
para outra finalidade que não ser jogado contra algum animal para nos defender
dele. Somente Bélgica, Israel, Egito e outros 8 países de menor importância,
tem lei que obriga o uso do famigerado equipamento. O número de atropelamento a
ciclistas na via urbana é muitas vezes maior do que o caso de incêndio em
automóveis. Sereia o caso de proibir o trafego de bicicletas, se de fato o
governo está preocupado em salvar vidas? Os assaltos a residências por dia no Brasil são muito maiores do que os automóveis incendiados em um ano em todo o mundo. E paradoxalmente a isto, eu não posso ter uma arma para me
defender dos assaltos, mas sou obrigado a defender o meu automóvel de um
pretenso incêndio. A mão grande do Estado que deveria nos proteger, de tão
atuante está no sufocando. Temos que parar de criar cargos públicos para diminuir
de vês com estas invencionices que só servem para alimentar uma máquina
administrativa perversa.
Afonso
Pires Faria – 01.2015
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