terça-feira, 11 de maio de 2021

TERRAPLANISTAS x AQUECIMENTISTAS E O BOI DE PIRANHA.

 

Toda a vez que o fato a ser noticiado ou informado não for agradável ou até mesmo perigoso, é de bom alvitre que seja destilado aos poucos para não causar muitos traumas a quem recebe a referia informação. Este cuidado sempre foi tomado quando se noticia, por exemplo, a perda de um ente querido muito próximo. Não só de boas intenções se cercam os cuidados para utilização desta tática. É esta uma forma de persuasão que pode ser percebida na “janela de Overton”. Quando sabidamente a intensão não é boa, não é de chofre que se anuncia a sua notícia. Primeiro nega-se veementemente, depois de forma menos explícita, passa-se a admitir como possível, e no final ela já é considerada como inevitável. Se a execução do mal, segundo Maquiavel, deve ser feita de uma só vez, a notícia, deve ser dada em doses homeopáticas. Foi assim com o Foro de São Paulo e também assim é, com todas as maldades que os donos do mundo pretendem implantar no nosso planeta. A desqualificação de seus oponentes, queima da reputação e quando não o da própria vida, são métodos utilizados sem nenhum escrúpulo. Quando se quer rebaixar o oponente, o chamam de “terraplanista”, mesmo sem saber se ele é mesmo defensor desta teoria. Mas convenhamos que seja. Que mal causa a humanidade um sujeito, se ele defende que a terra é plana e não esférica? Acaso ele irá impor um aplanamento terrestre? Claro que não. Estes podem imaginar o que quiserem e tentar convencer a quem lhes bem entender de suas teorias, sem que isso cause algum mal a humanidade. Mas são ofendidos por isso. Não vi ainda ninguém ser ofendido com o epiteto de “aquecimentista”, por exemplo. Pois estes que tanto mal causam, impedindo o progresso e a produção de alimentos, são venerados. Em nome de uma pseudociência, afirmam uma elevação da temperatura terrestre. Pior causada pelo homem. O apelo ao sentimento, dizendo-se eles, os salvadores da vida, fazem exatamente o contrário, comovem os incautos.

 

Sendo os poderes independentes entre si, não poderia um interferir nas ações do outro, salvo em algumas exceções previstas e muito bem explicitadas na lei. No caso dos três poderes, a única norma a ser observada deveria ser a lei suprema: a Constituição Federal. Quando se é complacente com as leis menores, injustiças são cometidas, mas se a lei maior é vilipendiada, deixa de ser uma injustiça e colocamos em risco as instituições, o que pode nos remeter a uma mudança de regime. Em detrimento da democracia adentraríamos em um terreno pantanoso que beira a anarquia ou ditadura. Cada poder da República tem a sua forma de escolher seus representantes e suas atribuições são claramente explicitadas. Gostemos ou não são estas as normas. Cabe somente ao poder Legislativo a sua alteração. Suas responsabilidades, direitos, prerrogativas e obrigações, estão muito bem normatizadas. Os freios e contrapesos foram criados para que nenhum dos três, poderes da República se sobrepusesse a outro. Nenhum age sem a concessão e/ou fiscalização de, pelo menos um dos outros. Cada um que cumpra a sua tarefa sem se imiscuir na ceara alheia. Judiciário justiça, executivo executa e parlamento “parlata”, (fala). Para que o representante do povo faça o que lhe é atribuído, foi-lhe concedida a imunidade parlamentar, para justamente fazer voz aos que lhe escolheram para tal função. No momento em que pessoas comuns, como artistas fazem uso da palavra para proferirem impropérios contra autoridades legalmente instituídos e nada lhes acontece, o parlamentar, sente-se na obrigação de se fazer representar também falando. Mas vivemos momentos estranhos no nosso país. Qualquer um até hoje, pode proferir “discursos de ódio” e até ameaçar o representante do poder executivo de morte, sem que nenhuma punição lhe fosse imputada. Mas bastou o agredido ser um membro de outro poder, e o agressor, mesmo com direitos para isso, que a regra mudou. Disse o parlamentar, o que os seus representados queriam que dissesse, e foi injustamente preso. Submetido a julgamento pelos seus pares, estes deixando de analisar o principal, que era a ilegalidade da prisão, focaram em filigranas morais e éticas, jogando o infeliz aos leões. Colherão os frutos disso. Hoje foi o corajoso deputado de direita, amanhã, será um deles. Dando-se conta da armadilha em que se meteram, estão tentando criar uma PEC para impedir que isso novamente aconteça, esta, dizendo exatamente o que já está explícito na Constituição. Quantos outros crimes mais graves já foram cometidos e mofam nas gavetas dos iminentes ministros e quantos outros já prescreveram sem que houvesse nenhuma punição. Sim, mas o que importa para os que desejam a queda do governo não é o crime em si e sim quem o praticou, independentemente de sua gravidade. Foi nesta armadilha que entrou o deputado Daniel Silveira. Indignado com o que julgava injusto e imaginando-se dentro de suas atribuições, manifestou-se, e pagou por isso.  O povo e seus representantes, devem respeito as instituições e a seus membros e estes deveriam ter um maior apreço a democracia. Não é o que está parecendo ocorrer no nosso país.

 

Afonso Pires Faria, 11.05.2021.

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