A rádio gaúcha serra no dia 25.04 abriu sua programação com o
assunto mais importante do dia anterior, a demissão do ministro da justiça. Os
apresentadores salientaram os pontos positivos das falas do ministro, depois do
presidente e do ministro novamente. Do ministro o fato de ele ter sido
desautorizado a nomear o diretor da PF, sendo que isto, mesmo sendo por lei atribuição
do PR o costume era de o chefe da pasta fazê-lo. Do presidente o fato de ele
ter desligado o aquecimento da piscina de sua moradia oficial para evitar gastos.
Novamente do ministro, a frase exemplar: não estou a venda. Da primeira fala do
demitido não foi esclarecido que o diretor pediu para sair e que a intervenção
presidencial se deu pelo fato do referido policial já ter agido de forma a negligente.
Foi assim no caso do esfaqueador do presidente, que foi considerado como um
lobo solitário maluco, sem que a PF investigasse com mais profundidade o fato
de advogados altamente remunerados tenham saído em sua defesa, que o elemento
tinha 3 celulares e um notebook, que não foram periciados e também tinha sua
entrada registrada na câmara dos deputados no mesmo dia da tentativa de homicídio.
Este mesmo criminoso, mesmo que desempregado já tinha feito curso de tiro em um
estante que era frequentado por um dos filhos do presidente. Tudo isso passou
batido pelos olhos do diretor, sem que a vítima, tenha interferido em nada para
que fosse investigado a fundo os fatos. Tentaram envolver a família presidencial
no assassinato de uma vereadora. Para isso mostraram em rede nacional a voz do
porteiro autorizando o suposto mandante do crime a se dirigir até a residência do
então deputado, com sua anuência, sendo que ele estava em Brasília. Foi necessário
um deputadinho de meia pataca, fazer a investigação por conta própria, fotografando
a tabela de entrada e destino dos frequentadores do condomínio, para que
ficasse claro que tudo não passava de uma armação. Novamente a atuação do órgão
que deveria fazer a investigação, foi insatisfatória. O presidente, quando da
oportunidade de intervir na nomeação do novo diretor, pois este estava pedindo
demissão, pediu para o nome ser escolhido por consenso e não exclusivamente
pelo ministro. Este se melindrou e foi as redes de comunicação informar a sua
demissão. Da fala do presidente a emissora deixou estas explicações e deu
preferência para o fato de ele ter desligado o aquecimento da piscina de sua
residência para poupar energia. Deixou também de elucidar que a nomeação do
segundo escalão se dava pelo titular que ocupava o cargo de ministro, por este
não pertencer aos quadros escolhidos pela presidência e sim por um partido político,
que em troca votaria a favor dos pleitos governamentais. Sempre. A noite o
demitido ministro mostrou em uma emissora de grande audiência o print de uma
conversa que ele teve com uma deputada, que tentou demovê-lo da escolha de um
nome de sua preferência para diretor, e que este fosse um que servisse aos dois
lados. O ministro surpreendeu a sua amiga deputada, dizendo que não estava a
venda. Estes comunicadores, estão perdendo a noção do perigo. Assim como eles
conseguem manipular o povo ignorante falando meias verdades, não sabem que existe
outro lado que, falando a verdade, conquista outra parte da população. Esta,
mais esclarecida em sua grande maioria, mas não falta no meio destes gente com espírito
vingativo e disposto a tudo para salvar uma causa. Já está esta emissora de
rádio e tv, com dificuldades para fazer reportagens ao vivo na rua. Chegará a
hora, tomara que não, que o povo se revoltará e pode apelar para a violência
verbal explícita e não velada como usam os militantes travestidos de
jornalistas. A frase que diz que: se o ser humano em sua individualidade é um quebra-cabeças
indecifrável, quando em bando, é de uma certeza matemática. Vai fazer porcaria.
PS: Não costumo escrever as coisas no calor da
emoção, mas não pude suportar. Imaginei ir até a rádio para falar com a apresentadora,
mas esta, estava apresentando o programa de sua residência e mesmo que eu
falasse, de nada serviria, pois já o fiz em outra ocasião, concordaram comigo
que eles estavam errados, mas de absolutamente nada adiantou. Seguiram com o
mesmo erro. Também vou descumprir o conselho do meu inspirador na arte de
escrever, José Elpídio Santana (Pídio), que dizia que o texto tem que dormir,
para depois ser publicado. Talvez eu tenha escrito porcaria, mas não deu para
segurar.
Afonso Pires Faria,
25.04.2020.
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