Tenho
me abstido de comentar nas redes sociais o que é postado por seus
participantes. Acho que já estou velho demais para me estressar com coisas
pueris. Quando vejo um motorista arrancar logo que abre o semáforo e tem que
travar logo no subsequente, imagino que ele pense que vai ganhar um prêmio por
ter chegado antes. E não ganha nada. Assim são os comentários feitos por gente
precipitada e lacradora. Tem que ser o primeiro a comentar todo e qualquer
assunto, mesmo sem conhecimento de causa. Pior, as vezes sem nenhum. Eu
sentiria vergonha se me manifestasse sobre um assunto e depois tivesse que me
retratar. Já tive que fazer isto e não me senti muito bem. Fico imaginando as
pessoas que logo que surge uma notícia, apressam-se em fazer um comentário
extremamente agressivo para “lacrar”. Depois sai o desmentido e alguns ainda se
dignam em se retratar, outros nem isto fazem e já ficam esperando a próxima
chance de passar vergonha novamente. Acho que isto é um vício semelhante ao
roubar ou trair. As primeiras vezes são traumáticas, mas as demais, já se torna
um hábito. Li um comentário de um político dizendo que o governo não pode tratar
a imprensa como inimiga. Sim, não é conveniente mesmo fazer isto já que os
meios de comunicação, tem poder de destruir reputações de forma avassaladora.
Mas se tratamos como amigo aquele que declaradamente não o é, estaremos sendo
coniventes com ele, e a imprensa é, declaradamente uma inimiga do atual
governo. Já houve quase uma dezena de “primeira crise” no governo e a economia
segue crescendo, o nível de emprego aumentando, tudo na contramão dos arautos
da desgraça. A idade faz com que tenhamos mais prudência para analisar os
fatos, distanciarmo-nos dele, deixar a poeira baixar, ouvir pessoas que, de fato,
tem algum conhecimento sobre o assunto, para depois, tomar alguma posição.
Pode-se até estar errado, mas é certo que não passaremos tanta vergonha. Já vi
advogado confundir a função de ministro da justiça com a de um delegado de
polícia. E lacrou. Seu comentário foi elogiado e aplaudido por muitos
seguidores. Se é que ele não ficou com vergonha, das duas uma; ou está a
serviço dos vermelhos, ou o fanatismo tomou conta do seu ser e ele permitiu que
lhe fizessem uma lavagem cerebral, que é o que a esquerda faz nos seus
militantes. E fica aqui o meu apelo. Parem de passar vergonha, pelo menos os
mais letrados, que tem um diploma pendurado na parede. Honre-o, ou deem razão
ao sinhozinho aquele que dizia que “deproma não incurta as zoreia de ninguém”.
Afonso
Pires Faria, 20.02.2019.
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