Vamos tratar dos fatos apenas superficialmente.
Vamos mexer neste lamaçal, mas não vamos afundar as mãos no âmago das coisas,
pois podemos encontrar algo do qual não cheira bem. Os que não foram às ruas
para pedir o impeachment da Dilma, reclamam que agora que a podridão está maior
ninguém vai. Pois então que vá quem está reclamando e irão com toda a razão,
mas esperar que os outros se manifestem enquanto fica parado cobrando atitude
alheia não é do bom alvitre. Mas porque o povo fica anestesiado com fatos tão
horrendos? Porque não vai a luta para derrubar este bando de safados que usurpa
todo o nosso dinheiro a olhos vistos? Aparentemente o problema é que o inimigo
é difuso e o herói inexistente. Quando da derrubada da Dilma o inimigo era ela
e tão somente ela e talvez o seu vice. Mas agora temos uma plêiade de inimigos
a serem derrotados e eles estão em diversos poderes do governo. É a soma das
atitudes que permite esta massa plasma, sem forma, sem textura e sem cor, mas
que cheira muito mal. O judiciário fez a sua parte tirando o corpo fora
alegando justificadamente que, por ser o guardião da nossa Constituição não
poderia agir ao arrepio dela e passou a responsabilidade ao poder que
legalmente poderia punir seus pares. Estes, como são muitos, dividiram a responsabilidade
entre os vários partidos e não sobrou nenhum mocinho, exceto os partidos de
esquerda que estão sem força para protestarem, pois existe a árdua missão de
salvar o seu líder maior e toda a artilharia, infantaria; seu exercito, marinha
e aeronáutica estão empenhados nesta empreitada. E o executivo, porque o nosso
executivo não se impõe e não coloca ordem na casa fazendo valer a sua
autoridade, afinal é ele o poder máximo da República. Desnecessário dizer os
motivos pelo qual o senhor Temer não se arrisca a tomar qualquer atitude mais
ousada. Quando do impeachment, ele já deveria ter sido defenestrado, mas foi
poupado para se preservar as instituições que estavam mais fracas do que se
supunha e estamos nesta encrenca em que não se pode mirar o inimigo por ele ser
em número maior do que se poderia imaginar. Somente uma força maior do que a
soma dos três poderes pode aliviar o nosso pesadelo. Mas, a diferença entre o
remédio e o veneno, é a dose a ser ministrada. Que, se vier a solução que seja
moderada. E isto seria possível vivendo em um mundo globalizado em que estamos?
As instituições internacionais não agiriam contrariamente a qualquer solução
mais ortodoxa em um país com uma democracia tão verde ainda? Se não tomarmos
providência a coisa piora, e pode piorar ainda mais com uma atitude desastrada.
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