A nossa constituição, que já é uma bosta, interpretada por gente
com fins nada decentes fica ainda pior. Esta vitória de pirro obtida pela Dilma
não dará em nada. O mesmo motivo que impediu Lula de ser nomeado ministro, a
impedirá de ser nomeada para qualquer cargo que a impeça de ser julgada pela
justiça comum. O que eu não acho lá grande coisa também. A vitória maior, foi
terem cassado a presidente antes de anularem a sua chapa nas eleições, assim o
Temer ainda governa por algum tempo, faz o serviço “sujo” e sai do poder. Ou
alguém acha que os crimes cometidos para se eleger pelo PT, ficarão impunes?
É sempre importante nos
colocarmos no lugar dos outros. Sempre que pedimos que o governo nos proteja de
um determinado mal, devemos imaginar que este mal está sendo causado por outros
e estes outros devem ser impedidos de agir para que as nossas súplicas sejam
atendidas. Mas devemos também ter presente de que o mal, pode não ser culpa de
terceiros e sim nossa. Assim, estamos fazendo que o governo intervenha contrário
a outros, sem que eles sejam os responsáveis pelo mal que sofremos. Se
lograrmos êxito em nossa empreitada, amanhã, poderá ser um de nós os cobrados
pelo mal que outros estão sofrendo sem a nossa participação efetiva no evento.
Quanto mais governo nos protegendo, mais governo nos cobrará.
Em discurso, Temer diz que
não irá tolerar ser chamado de golpista. É uma atitude narcisista. Um
presidente que admite que depredem o seu país e fica se ofendendo por ser
chamado de uma coisa que sabidamente não é, não é digno de ocupar a cadeira que
ocupa. Vá defender a nação e não se melindre com coisas que não são da sua laia
presidente. Vá se dar o respeito.
Um legítimo tiro no pé é que foi
a atitude do plenário do senado ao rasgar o texto constitucional que deveria
afastar e também impedir que Dilma ocupasse algum cargo público, punindo-a com
a primeira parte do parágrafo único e isentando-a da segunda. Este beneplácito
será também solicitado pelos demais réus do processo do Lava Jato. Entre os
beneficiados, Cunha e Delcídio. Se vale para um, que valha para os demais. Onde
passa um boi, passa uma boiada. Locupletemo-nos todos pois. Agora imaginem o
que aconteceria se a interpretação do art. 52, parágrafo único da CF, fosse aplicada
primeiro para Cunha, da forma que foi para a Dilma? Nas palavras do probo Renan
Calheiros, “não podemos ser mau; desumano”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário