sexta-feira, 24 de abril de 2015

DEMAGOGOS.


Muitos dos que reclamam do governo que este está solapando direito dos trabalhadores são os mesmos que querem punir quem mal administra o dinheiro público. Não passa de uma contradição. Impedir que uma viúva receba  pensão integral do seu marido, pode parecer uma crueldade dita sem maiores explicações. O que dizer de um senhor de 90 anos que, a beira da morte casa-se com uma menina de 19, e esta passa a receber sua polpuda pensão pelo resto da vida? Para o político demagogo este fato é simplesmente um direito do trabalhador, para quem administra a “rés pública” é um vultoso e quase perene desembolso. Outro exemplo do qual o mau político explora com muita frequência, e muitos já se elegeram e reelegeram defendendo o seu fim, é o Fator Previdenciário. Pintado como um demônio, ele não é, nada mais nada menos, do que uma proteção ao fundo que tem como mote nos proteger no futuro. Se o trabalhador contribuiu por um determinado tempo com um determinado valor, não é justo que ele retire desta poupança, muito mais do que o valor com que ele contribuir e outros muito menos. Um exemplo simples é o cidadão que se aposenta com 50 anos e morre com 100 e outro que se aposenta com 90 anos e morre com os mesmos 100. Se não houvesse o redutor de benefício o primeiro receberia 10 vezes mais do que o segundo, mesmo tendo contribuído com os mesmos valores. Se isto já é uma injustiça para com o nosso fundo de aposentadoria, o que dizer das leis que beneficiam uma determinada classe, por esta possuir determinadas características. A “Lei da Enxadinha”, é uma delas, beneficia o filho do agricultor que com nada contribuiu para a previdência, mas ganha o direito de contar como tempo de contribuição, pelo simples fato de ter morado em um local fora do meio urbano. Tudo isto onera a nossa Previdência, e quando um governante com uma visão de estadista tenta estancar a sangria, é chamado pelos demagogos de plantão de desumano. Fica marcado como mau e não se elege mais, nem síndico do prédio onde mora. Um povo instruído só se governa bem, com a verdade, o inculto com mentiras e enganações.

Afonso Pires Faria, março de 2015.

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