Muitos dos que reclamam do governo que este está solapando direito dos
trabalhadores são os mesmos que querem punir quem mal administra o dinheiro
público. Não passa de uma contradição. Impedir que uma viúva receba pensão integral do seu marido, pode parecer
uma crueldade dita sem maiores explicações. O que dizer de um senhor de 90 anos
que, a beira da morte casa-se com uma menina de 19, e esta passa a receber sua
polpuda pensão pelo resto da vida? Para o político demagogo este fato é
simplesmente um direito do trabalhador, para quem administra a “rés pública” é
um vultoso e quase perene desembolso. Outro exemplo do qual o mau político
explora com muita frequência, e muitos já se elegeram e reelegeram defendendo o
seu fim, é o Fator Previdenciário. Pintado como um demônio, ele não é, nada
mais nada menos, do que uma proteção ao fundo que tem como mote nos proteger no
futuro. Se o trabalhador contribuiu por um determinado tempo com um determinado
valor, não é justo que ele retire desta poupança, muito mais do que o valor com
que ele contribuir e outros muito menos. Um exemplo simples é o cidadão que se
aposenta com 50 anos e morre com 100 e outro que se aposenta com 90 anos e
morre com os mesmos 100. Se não houvesse o redutor de benefício o primeiro
receberia 10 vezes mais do que o segundo, mesmo tendo contribuído com os mesmos
valores. Se isto já é uma injustiça para com o nosso fundo de aposentadoria, o
que dizer das leis que beneficiam uma determinada classe, por esta possuir
determinadas características. A “Lei da Enxadinha”, é uma delas, beneficia o
filho do agricultor que com nada contribuiu para a previdência, mas ganha o
direito de contar como tempo de contribuição, pelo simples fato de ter morado
em um local fora do meio urbano. Tudo isto onera a nossa Previdência, e quando
um governante com uma visão de estadista tenta estancar a sangria, é chamado
pelos demagogos de plantão de desumano. Fica marcado como mau e não se elege
mais, nem síndico do prédio onde mora. Um povo instruído só se governa bem, com
a verdade, o inculto com mentiras e enganações.
Afonso Pires Faria, março
de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário