sábado, 8 de novembro de 2014

CONFORME O VENTO.


O que um gaúcho imaginaria de um amigo que torce para o Inter quando este esta ganhando e deixasse de torcer quando tivesse perdendo, e passasse a torcer para o time adversário? Certamente este seria considerado “melancia”, serviria de chacota e não levado a sério. Mas se para o futebol, que em nada implica nas nossas vidas, somos tão rigorosos, porque para a política e para a administração pública, somos tão coniventes com as trocas de opiniões? Vejo hoje partidos da oposição, defenderem o fim da reeleição com argumentos sólidos de que o governante, no poder, pode interferir no andamento do pleito, tendo em vista a sua influência nos meios financeiros governamentais. Ora, estes mesmos partidos outrora foram os que defenderam e implantaram este expediente, e hoje vendo beneficiar o adversário repudiam-no. Quando o partido opositor ao atual governo, supostamente cooptou parlamentares para votar a favor da reeleição foram veementemente criticados pela adoção de tão nefasta prática. Hoje no poder se adota descaradamente, e agora com provas contundentes, esta prática.
O partido que esta na situação jacta-se de ter tido votos nos rincões menos favorecidos da pátria, alegando que beneficia os desvalidos, no que é criticado pela oposição que diz serem estes os votos mais desqualificados. Discurso este que era exatamente o oposto de quando as situações estavam invertidas.
Daí fica a pergunta: como pode um político que adota tal prática, olhar-se no espelho pela manhã sem ruborizar-se? Seria ele dotado de tamanha imbecilidade que fica convencido de que está praticando a coisa certa? O caso Maluf – Sarney – Lula – Collor – Marina, é emblemático. Odiavam-se e passaram a se amar e amavam-se e passaram a se odiar, com data certa para novamente alterarem os gostos. Data esta que será as próximas eleições onde os arranjos serão novamente efetuados e o ódio vira amor e o amor novamente vira o ódio sem nenhuma cerimônia e sem nenhuma vergonha na cara.

Afonso Pires Faria. 01.11.2014.

Um comentário:

  1. Resumindo meu Amigo Afonso, Eu digo bem curtinho" A Política é uma Grande Suruba", em que todos gozam e todo mundo é enrabado.

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