quinta-feira, 10 de junho de 2021

GOVERNADORES NÃO DEVEM DEPOR.

É triste, mas temos que admitir que o fanatismo, somado a ignorância acrescentado de uma pitada de letargia, faz com que pessoas se desconectem de sua realidade e passem a viver em um mundo paralelo. Este, na maioria das vezes é desvirtuado pela inocência de quem esta no meio disto tudo. A retórica da lugar a toda e qualquer outra forma de raciocínio. As paixões não permitem que separemos o que é lógica do que é desejo. O que é possível do que é de fato realizável. Desejamos o mal à todos àqueles que um dia vieram a contrariar um pleito nosso, mesmo que justo, e passamos a demonizar tudo aquilo que ele, mesmo dentro das normas faça. Não temos pleno conhecimento de tudo o que acontece nos meandros dos poderes, não vivemos os seus percalços e suas benesses e mesmo assim nos achamos no direito de criticá-los. Se uma vez erraram, todos os seus atos serão nefastos. Se estes, ainda por cima nos contrariaram, pior ainda. Louvam os idiotas, a nossa Constituição cidadã. Todos os artigos que reivindicam direitos a todo e qualquer cidadão é endeusado. Pois bem. Se pau que bate em Chico tem que também bater em Francisco, imaginem então se ele bater nos menos influentes, como poderemos evitar que também atinjam os poderosos? Está mais do que explícito em todos os códigos que defendem os acusados, de que este não pode ser constrangido e sequer obrigado, a produzir, por si, provas contra ele próprio. Quer coisa mais humana que isso? Só que quando este direito protege aquele a quem desejamos condenar, tendemos a ignorar este preceito, alegando que o elemento é nefasto. De fato é. Mas não podemos trocar o pau que bateu no Chico por outro para bater no Francisco, porque este é nosso desafeto. Se os governadores estão sendo processados por um órgão estatal, não é outro que vai o chamar e obriga-los a fazer algo contrario ao  que o direito lhes respalda a não fazê-lo. “Dura lex sed lex”. Que não façamos leis que nos beneficiem hoje e que nos possam prejudicar amanhã.

Afonso Pires Faria, 10.06.2021.

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